Reino Unido vai aumentar vigilância de terroristas
Jeff Overs/BBC/Handout via REUTERS - 1.12.2019O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou neste domingo (1) que aumentou a vigilância sobre 74 terroristas que saíram da prisão antes do cumprimento da totalidade da pena.
O que motivou o governo britânico a tomar essa medida foi o ataque a facadas que deixou dois mortos e três feridos em Londres na sexta-feira passada.
O autor do atentado, identificado como Usmar Khan, foi solto em dezembro de 2018, depois de cumprir metade de uma pena de 16 anos de prisão.
"Demos esse passo imediatamente" após o ataque, detalhou Johnson em entrevista à emissora BBC. O premiê culpou pelo fato o "antigo regime trabalhista" das leis que permitem que um terrorista saia da prisão de "forma automática" após cumprir metade da pena.
"Creio que há um problema com essa soltura automática. Acho que é ruim aplicá-la a crimes sexuais, a criminosos violentos e a terroristas. A razão pela qual este assasino estava nas ruas é a liberação automática aprovada por um governo esquerdista", afirmou.
Johnson enfatizou que sua campanha para as eleições do dia 12 de dezembro defende endurecer as condições das penas para os crimes mais graves.
O lado dos trabalhistas
Já o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, ressaltou que os condenados por terrorismo "não necessariamente" devem cumprir a pena integralmente.
"Acho que depende das circunstâncias. Depende da sentença, e, de maneira crucial, depende do que tenham feito na prisão. Temos que analisar como funcionam nossos serviços penitenciários e, principalmente, o que acontece com eles (os condenados por terrorismo) quando são liberados", disse Corbyn em entrevista à Sky News, na qual opinou que o monitoramento de Khan pelas autoridades não foi adequado.
O trabalhista argumentou que os órgãos encarregados de avaliar o cumprimento das condições da liberdade provisória dos presos foram "privatizados em parte" pelo governos conservadores e "não são capazes de gerir a quantidade de casos" que administram.