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A atual tensão militar e nuclear na Ásia trouxe de volta as lembranças da Guerra da Coreia, conflito armado travado entre Norte e Sul há 60 anos e que deixou mais de 1 milhão de pessoas mortas.
Nas imagens a seguir, saiba mais sobre os combates do início da década de 50, que ainda não foram superados e hoje pairam como um fantasma sobre os coreanosAP
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A península coreana era um território unificado e dominado pelo Japão até o término da Segunda Guerra Mundial. Com a derrota do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) ao fim da guerra, em 1945, a península foi dividida em duas partes pelo paralelo 38º: o Norte sob influência dos soviéticos (comunistas), enquanto o Sul com apoio dos norte-americanos (capitalistas)
Na tentativa de reunificar o território, o Sul realizou eleições em maio de 1948, sob supervisão da ONU, e proclamou a República da Coreia. Três meses depois, o Norte redigiu uma constituição e proclamou a República Democrática Popular da Coreia. A península, formada por um só povo, estava oficialmente dividida em dois países .
As divergências políticas, os sistemas econômicos opostos e as reivindicações territoriais de ambos os países já antecipavam um conflitoAP
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Em junho de 1950, soldados da região norte da Coreia, com o apoio dos soviéticos, cruzaram a linha que dividia as duas regiões. O avançou chegou a Seul, capital do Sul, que foi ocupada
Keystone/Hulton Archive/Getty Images
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Para conter a expansão comunista, o Exército norte-americano, sob a bandeira da recém criada Nações Unidas, entrou na península coreana.
Os americanos temiam que a União Soviética e a China ampliassem o seu domínio sobre a península e espalhassem os ideais comunistas.
Os Estados Unidos empurraram o exército rival para o Norte, avançando até Pyongyang.
Na foto, o general americano Douglas MacArthur que comandou as tropas americanas no início da Guerra da CoreiaAP
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A conquista territorial acendeu o alerta de Pequim: o temor era de que o avanço ianque chegasse à China.
A China então entrou na guerra contra o Exército norte-americano, que foi obrigado a recuar.
Seul voltou a ser ocupada pelos comunistas, mas os norte-americanos contra-atacaram e expulsaram os invasores para além do paralelo 38º.
Em Julho de 1951, começaram as as negociações de paz. Uma das condições para o cessar-fogo era a de que os prisioneiros de guerra fossem repatriados, mas os Estados Unidos não aceitaram essa condiçãoAP
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O conflito duraria mais dois anos, com as tropas de cada lado em posições estáveis.
Ao final de meses de negociações, o armistício foi assinado no dia 27 de julho de 1953. Os prisioneiros de guerra puderam escolher em qual lado gostariam de permanecer e uma nova fronteira foi desenhada.
A Coréia do Sul ampliou em mais de 2.400 km² o seu território para além do paralelo 38º, além de criar uma área desmilitarizada de 3.218 kmAP
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Em três anos, a guerra causou milhões de mortes.
Não há um consenso entre os historiadores, mas se estima que entre 1,2 milhão e 4 milhões de pessoas tenham morrido, entre civis e militares.
Cerca de 40 mil soldados norte-americanos morreram em combate, e outros 100 mil ficaram feridosBert Hardy/Picture Post/Hulton Archive/Getty Images)
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Ao final dos confrontos, a península coreana manteve a divisão em dois países: a Coreia do Norte, comunista e liderada por Kim Il Sung (esq.), avô do atual líder Kim Jong un, e a Coreia do Sul, capitalista, liderada pelo anti-comunista Syngman Rhee (dir.)
Montagem/Getty Images
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A região Norte recebeu o apoio da União Soviética e da China para manter o seu regime comunista. A China se mantém até hoje como o principal parceiro comercial do país.
Na foto, Kim Il Sung (dir.) se encontra com o ex-lider chinês Mao Tse Tung (esq.)STR/AFP/Getty Images
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Além de suporte comercial, os Estado Unidos dão até hoje a Coreia do Sul apoio militar, inclusive mantendo bases militares no país.
Na foto, o ex-líder sul-coreano Syngman Rhee em encontro com o ex-presidente americano RIchard NixonGeorge Skadding//Time Life Pictures/Getty Images
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Apesar do fim dos conflitos, um acordo de paz entre as Coreias nunca foi assinado. Foi declarado apenas um cessar-fogo, mantido até março deste ano, quando o atual líder Kim Jong-un declarou como nulo o armistício assinado em 1953
Reuters/KCNA