Movimentação na Cidade da Polícia durante a Operação Lawless
JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDOA Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (5), a operação Lawless para prender 22 suspeitos de trazer e impor a venda de cigarros contrabandeados do Paraguai em áreas dominadas por milicianos na zona oeste do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense. A quadrilha é apontada como responsável por movimentar a maior rede de comércio de cigarros piratas no estado.
Além dos 22 mandados de prisão, policiais da 37ª DP (Ilha do Governador), com apoio de 50 delegacias e da CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil), cumprem 53 mandados de busca e apreensão.
Entre as 12 pessoas presas na operação, estão dois agentes penitenciários, um policial militar lotado na UPP Fazendinha e um ex-PM. Ambos são suspeitos de integrarem a quadrilha de "Ecko", que comanda o grupo de milicianos Liga da Justiça.
Segundo a polícia, a Liga é o maior e mais perigoso grupo paramilitar do Rio de Janeiro, atuando nos bairros de Campo Grande e Santa Cruz, na zona oeste, e em cidades da Baixada Fluminense, como Nova Iguaçu e Itaguaí.
As investigações apontam que Ecko seria também dono de uma tabacaria e contrabandearia os cigarros do Paraguai. Seu faturamento mensal com o comércio ilegal de fumo é estimado em R$ 1,5 milhão.
Na ação, a polícia apreendeu cinco veículos, uma lancha, duas pistolas, um revólver, munições, caixas de cigarros, planilhas e documentos com anotações, além de celulares.
A imposição de cigarros falsos é mais um ramo explorado pelos milicianos, que controlam, entre outras coisas, sinal de TV a cabo clandestino e internet, transporte alternativo e segurança privada.
A investigação começou há oito meses, após uma apreensão de celulares no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, também na zona oeste.
A ação conta ainda com o apoio das Corregedorias da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) e da Polícia Militar.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Odair Braz Jr.