Presidente do COB é suspeito de receber propina para compra de votos
Luciano Belford/Estadão ConteúdoO presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, chegou por volta das 10h desta segunda-feira (5) na sede da Polícia Federal, região portuária do Rio. Ele foi intimado a prestar esclarecimentos sobre a operação Unfair Play ("Jogo Sujo"), que investiga irregularidades na escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos 2016.
De acordo com as investigações, o executivo é suspeito de intermediar propina de US$ 1,5 milhão para a compra de votos na disputa da cidade sede.
Mais cedo, policiais federais estiveram na casa de Nuzman no Leblon, zona sul da cidade, para cumprir mandados de busca e apreensão. O juiz também determinou o bloqueio de até R$ 1 bilhão nos bens e patrimônios do executivo e de mais duas pessoas, os sócios Arthur Cesar de Menezes Soares Filho e Eliane Pereira Cavalcante.
Logo após a chegada de Nuzman, Eliane Cavalcante também chegou a sede da PF para prestar depoimento. Ela é ex-sócia de Arthur Soares Filho, dono da empresa Facility. Os dois tiveram a prisão preventiva expedida pela Justiça, mas Arthur Ainda não foi localizado. Ele vive em Miami, nos Estados Unidos, e já é considerado foragido. O empresário está na Difusão Vermelha, a lista de procurados da Interpol.
A operação Unfair Play, Jogo Sujo em português, foi deflagrada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal e pela Receita contra “um esquema criminoso envolvendo o pagamento de propina em troca da contratação de empresas terceirizadas por parte do Governo do Estado do Rio de Janeiro”.
Se a suspeita de pagamento de propina para a escolha do Rio como sede das olímpiadas for confirmada, o caso será de "gravidade muito superior ao que tem sido apurado na vasta série de investigações" da Lava Jato no Rio. A análise está no parecer do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável pelos casos da força-tarefa no Estado.