Restaurante onde aconteceu assassinato não abre desde o crime
Eduardo Enomoto/R7A notícia de que José Adão Pereira dos Passos, dono de um restaurante na praia da Enseada, no Guarujá, litoral de São Paulo, tinha matado um cliente assustou pessoas que frequentavam o estabelecimento e conheciam o proprietário. O crime aconteceu na noite de Ano-Novo. A vítima, o estudante Mário dos Santos Sampaio, de 22 anos, reclamou de uma diferença de R$ 7 na conta.
A versão contada por José Adão ao se apresentar à polícia, dois dias depois do assassinato, foi desmentida com o depoimento de uma testemunha. Por conta disso, ele foi preso temporariamente nesta quarta-feira (9). O empresário chegou a dizer que não tinha a intenção de matar o rapaz e que só queria defender o filho dele, o gerente do restaurante, Diego Passos, também envolvido na briga por causa do valor da conta. Ele ainda relatou que quando viu, já tinha esfaqueado Mário.
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Juliana dos Santos Silva Lourenço é frentista em um posto de combustíveis próximo ao estabelecimento. Ela costumava comer no local e tem boas recordações de José Adão, mas admitiu estar surpresa com a reação dele.
— Ele sempre foi muito legal, sempre divertido. Cobrava a comida mais barata, dava marmitas e pizzas para a gente. Eu fiquei assustada depois que soube o que tinha acontecido.
Ainda de acordo com a funcionária, é possível que o restaurante volte a funcionar a partir da próxima semana. A colega de trabalho dela, Juliana Moura Rodrigues, acredita que a morte do estudante possa ter acontecido por outro motivo.
— Eu acho que pode ter sido algo mais grave e não os R$ 7. Talvez ele se assustou quando viu o filho caído no chão, não sei. Ele sempre foi generoso, chegava a dar comida para nós aqui do posto. Não sei se foi só o valor da conta.
Depois do que aconteceu, as duas garantem que, mesmo que o local volte a funcionar, não vão mais voltar lá.
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Circuito interno
A polícia quer saber o que aconteceu com o equipamento que grava as imagens do circuito interno de segurança do restaurante. O dono da empresa que cuida do serviço garantiu que tudo estava funcionando perfeitamente. A defesa de José Adão disse que o computador pode ter sido roubado. Para o delegado que investiga o caso, a versão contada gerou dúvidas. Nenhum boletim de ocorrência foi registrado sobre o suposto furto.
— Não existem sinais de arrombamento, circunstâncias essas que, sob o aspecto subjetivo, comprometem de certa forma as versões apresentadas pelo filho e pelo pai.