Nove pessoas morreram durante ação da PM em Paraisópolis (SP)
Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo"Pessoas jovens que perderam a vida de maneira completamente imbecil”, afirmou porta-voz da Polícia Militar do Estado de São Paulo, tenente-coronel Emerson Massera, sobre os nove jovens mortos durante ação da PM Paraisópolis, na zona sul da capital paulista, na madrugada de sábado (30) para domingo (1°).
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Em entrevista ao Balanço Geral, programa da Record TV, Massera contou que a ação ocorreu por causa de “dois criminosos” que estavam em fuga em uma motocicleta e entraram no Baile da 17, atirando contra agentes da PM. Em razão dos disparos, prossegue Massera, “houve tumulto, corre-corre, de maneira desordenada” nas vielas da maior favela da capital paulista.
“A gente sabe como é a situação, como são os becos em comunidade como a de Paraisópolis. Infelizmente em uma dessas vielas, uma pessoa tropeçou e caiu, e outras caíram em cima, e as que vinham atrás pisotearam”, disse.
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O porta-voz alegou que o órgão espera a conclusão da perícia, “mas provavelmente tenha sido essa (pisoteamento) a origem da morte lamentável dessas pessoas, pelo menos três adolescentes”. “Pessoas jovens que perderam a vida de maneira completamente imbecil”, afirmou. Em seguida, disse “lamentar” o fato e que a PM “está adotando providências para esclarecer, efetivamente, o que aconteceu”.
Massera questionou, ainda, a veracidade dos vídeos feitos por moradores da comunidade que mostram policiais militares agredindo fisicamente jovens que estavam no Baile da 17. O órgão confirma que recebeu as imagens, que “sugerem algumas agressões” e que estão “analisando o contexto, se elas foram feitas realmente na madrugada de sábado para domingo”.
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“Classificamos a conduta dos policiais que aparecem agredindo muito grave e fora do protocolo”, assumiu Massera, sem anunciar medidas em relação aos agentes que agrediram os jovens.