Carros usados nos rachas
ReproduçãoO Exército suspendeu o certificado de arma de fogo do empresário preso no Rio de Janeiro durante uma operação que apura a disputa de rachas em rodovias. Fábio Dutra de Souza agora é alvo de uma investigação no Ministério Público Militar.
O ponto de partida são armas, carregadores e munição encontrados no apartamento do empresário que se apresentou como atirador esportivo e entregou as respectivas licenças. mas, a polícia desconfiou e o Exército também.
Como Fábio teria conseguido esses certificados se ele já foi condenado e ainda não cumpriu o prazo legal de cinco anos para ter acesso a armamentos?
Diante dos fatos, o Exército decidiu suspender o certificado de registro do empresário.
As licenças de colecionador e atirador esportivo do empresário levantam ainda outra suspeita.
Os documentos emitidos pelo serviço de fiscalização de produtos controlados do Exército foram assinados por um oficial que já foi preso por desvio de armas.
O tenente-coronel Alexandre de Almeida teria recebido R$ 90 mil para o repasse de 166 armas a um clube de tiro no espírito santo. Ele responde em liberdade.
Para o Ministério Público Militar essa relação precisa ser investigada.
O promotor militar Mário Porto explicou: "O que vamos apurar nesse inquérito se houve falsidade, ou se houve irregularidade na concessão no certificado. Fábio pode ter apresentado documento falso ou simplesmente o Fábio corrompeu alguém para colocar no nome no sistema e recebeu o registro de arma de fogo".
Uma força-tarefa do Exército e do Ministério Público Militar investigam ainda a prática de crimes no sistema nacional de armas do Exército. Já no inquérito que apura os rachas, o grupo liderado por Fábio vai depor essa semana.
A polícia já sabe que essas disputas não se limitavam as rodovias no Rio de Janeiro. Os rachas seguiram para estradas em São Paulo e ainda eram feitos em avenidas movimentadas do Rio.
A defesa do tenente-coronel Alexandre Almeida informou que ele não conhece o empresário Fabio Dutra de Souza e que sempre exerceu a função no Exército pautado nos princípios da legalidade e moralidade.
Os advogados do empresário Fábio de Souza não retornaram o contato do Jornal da Record.