Calamidade pública foi decretada a 49 dias dos Jogos
Paulo Campos/Estadão ConteúdoO Palácio do Planalto informou que o presidente em exercício, Michel Temer, não vai comentar o decreto de calamidade pública anunciado pelo governo do Rio na tarde desta sexta-feira (17) e que o assunto será tratado na reunião de governadores marcada para a próxima segunda-feira (20). Segundo interlocutores, Temer prefere a cautela em relação a maiores comentários para evitar um possível efeito cascata, que outros Estados sigam o mesmo caminho para tentar pressionar o governo por mais recursos.
Temer foi informado na noite dessa quinta (16) pessoalmente pelo governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), e pelo prefeito Eduardo Paes, de que o governo decretaria calamidade pública "em razão da grave crise financeira no Estado do Rio de Janeiro". O encontro aconteceu no Palácio do Jaburu e contou com a presença do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi.
Os governos federal e estadual estudam desde a semana passada uma saída legal para que a União preste socorro financeiro emergencial ao Rio de Janeiro, a fim de garantir recursos ainda pendentes para a Olimpíada, além do dinheiro para pagar salários atrasados de servidores.
Durante coletiva no final da tarde de hoje, Dornelles afirmou que o decreto teve como uma das finalidades chamar a atenção de autoridades federais para os problemas, como a conclusão da linha 4 do metrô — compromisso assumido com vistas às Olimpíadas. A medida é publicada a 49 dias do começo das Olimpíadas.
Segundo o governador, foram apresentadas a Temer e sua equipe preocupações nos campos da mobilidade e segurança pública. Entre os pedidos, Dornelles requisitou tropas federais para as eleições deste ano e ajuda para finalizar a linha 4 do metrô, que liga a zona sul à Barra da Tijuca, onde se concentram os equipamentos dos Jogos.
Ele disse que não foram discutidos valores para os repasses federais. De maneira genérica, o governador citou que o dinheiro deve ser empregado nas áreas de saneamento, saúde, mobilidade e segurança.