Crise deixa vácuo e incertezas na Casa Civil de Onyx
Adriano Machado/Reuters - 20.11.2018A crise instalada dentro do Palácio do Planalto após o número dois da Casa Civil, Vicente Santini, voar em jato praticamente particular da FAB entre Davos e a Índia, deixa um vácuo de poder e incertezas na pasta comandada pelo ministro Onyx Lorenzoni, que está de férias, mas estaria antecipando a volta a Brasília, segundo interlocutores.
Vicente Santini era o ministro interino até ser destituído do cargo, readmitido em outra função com salário apenas R$ 400 menor na noite de ontem (29) pelo seu substituto, Fernando Moura, e exonerado novamente por Bolsonaro, sendo esse último movimento anunciado na manhã desta quinta-feira (30) pelo presidente no Twitter.
Em Brasília, ainda não há informações de quem responde pela Casa Civil, já que a última mudança, que inclui a exoneração de Moura, não foi oficializada em Diário Oficial. Mas acredita-se que a pasta ficaria interinamente com o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. Nos corredores, a permanência do ministro Onyx Lorenzoni no cargo também é colocada em dúvida. Com a repercussão da crise envolvendo Santini, Onyx perdeu o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), que passou para o já "super" Ministério da Economia, da Paulo Guedes.
Questionada sobre a permanência de Onyx no cargo, uma fonte muito próxima ao presidente disse: "Até agora fica". Mas há dúvidas se Onyx aceitaria comandar um ministério, que já teve papel de destaque em outros governos, tão esvaziado. Em reuniões, já cogita-se um novo destino para Onyx: a liderança do governo na Câmara dos Deputados.
Avião da FAB: adjunto Fernando Moura vai assumir secretaria
Onyx já havia perdido a articulação política para o ministro Ramos, a quem, aliás, é atribuída por parlamentares a melhora da relação com o Congresso, do outro lado da rua do Planalto. Depois perdeu a SAJ (Secretaria de Assuntos Jurídicos) para a Secretaria Geral da Presidência, do ministro Jorge Oliveira. Agora, Onyx perde o que tinha se tornado a sua principal função, coordenar o PPI.
No balanço dos 200 dias do governo federal, Onyx anunciou que haviam sido entregues pelo PPI 24 projetos em quatro setores: portos, aeroportos, ferrovias e energia. Concessão de 12 aeroportos em três blocos – Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste – pelo prazo de 30 anos, com arrecadação de R$ 4,2 bilhões para o Governo Federal. Já os dois leilões de terminais portuários geraram R$ 669,5 milhões em outorgas.
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