Na Praça da Matriz, livros pendurados em árvores e espalhados por tapetes
Agência BrasilA estudante Letícia Aníbal Gonçalves, 11 anos, saiu de Guaratinguetá, região do Vale do Paraíba, em São Paulo, às 5h30 com mais 22 colegas da Escola Professora Maria Giannico e chegou a Paraty, Costa Verde fluminense, às 11h. O motivo da viagem é a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que começa hoje (30).
Na Praça da Matriz, livros pendurados em árvores e espalhados por tapetes encantaram a menina.
Conheça os principais festivais literários que acontecem no Brasil este ano
— Achei muito criativo esse cantinho especial para lermos os livros. É a primeira vez que vejo isso e é bom para se acostumar com a leitura”, disse ela, que confessou ser uma amante dos livros. “Leio muito, tenho vários livros em casa.
A vice-diretora da escola de Letícia, Isabel Simone Cristina Ribeiro Simões dos Santos, explicou que vem à Flip há três anos e que a ideia de trazer os alunos para as atividades infantojuvenis foi possível graças à Secretaria da Educação, que cedeu o ônibus.
— Era para ter vindo 40 alunos, mas os pais têm medo da distância, mas não sabem da riqueza que há aqui. Vim mais para incentivar os alunos a ler. Hoje eles só querem saber de celular, Facebook, computador, jogos. Quero que eles desenvolvam o hábito da leitura.
Leia outras notícias sobre Educação no R7
Isabel gostou tanto dos livros pendurados em árvores que pensa em adotar a ideia no jardim da escola. “Temos árvores na escola e achamos essa ideia espetacular, pois os professores reclamam que não há espaço amplo para a leitura”.
O estudante Luan Reis dos Santos, 11 anos, mora em Paraty e participa das atividades da festa há dois anos. Embora ache a programação divertida, admitiu que não gosta muito de ler. “Prefiro que leiam para mim”, contou ele, encabulado.
A estudante de magistério Juliana Ramos, 19 anos, é voluntária há três anos da inciativa Pé de Livros, que faz parte da Flip desde 2008. Para ela, a forma lúdica como os livros são apresentados seduz crianças e adolescentes, mesmo aueles que não gostam de ler.
— As crianças podem sentar, ler, manusear o livro. Eles se interessam muito. Alguns só folheiam, outros gostam de ler e se demoram aqui. A gente também lê para os mais novos. A Flip incentiva as pessoas a ler e a se sentir à vontade com os livros.
Amanhã (31), além do Pé de Livros, que funcionará todos os dias até o final do evento, estão previstos musicais, teatro, conversa com autores de livros infantojuvenis e leituras em diferentes pontos da cidade e mais de 30 atividades ao ar livre na Praça da Matriz. A Flip vai até o próximo domingo (3).