Rompimento da barragem deixou rastro de lama
Márcio Neves / R7O laudo da Polícia Civil de Minas Gerais que avalia as causas do rompimento da barragem de Brumadinho, em janeiro deste ano, aponta que a estrutura se rompeu por causa do efeito da liquefação.
Isso acontece quando os rejeitos sólidos gerados a partir da exploração do minério de ferro entram em contato com a água e a mistura se torna uma lama espessa e pesada. Em 25 de janeiro deste ano, a estrutura da barragem não suportou o peso de todo esse material. Em barragens, isso pode acontecer devido ao excesso de chuvas, tremores de terra ou problemas na drenagem.
Na reta da lama, 270 pessoas perderam a vida, dois povoados foram destruídos, além de uma área de mata, uma pousada e dezenas de casas de moradores, um refeitório e parte do setor administrativo da Vale na mina Córrego do Feijão.
O laudo tem 143 páginas e conclui que o rompimento da barragem começou na horizontal e na parte central do reservatório e que foi ocasionado por causa da liquefação. No entanto, a pergunta que a investigação dos peritos da Polícia Civil não responde é: o que provocou a liquefação da barragem?
Mesmo assim, o documento foi anexado ao inquérito policial de quase seis mil páginas. Agora, o Ministério Público de Minas Gerais vai usar a conclusão dos peritos e outras provas para entrar na Justiça contra a mineradora, de acordo com o Procurador-Geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet.
— Nós pretendemos terminar os trabalhos o mais rápido possível e, em dezembro, devemos ter condições de apresentar uma denúncia criminal à Justiça.