O ex-presidente Lula
Jorge Araujo/Folhapress/21.set.2017Pouca gente se deu conta, mas Lula está preso há exatos quatro meses.
Quando saiu da sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo, no dia 7 de abril, a grande maioria dos petistas acreditava que o ex-presidente passaria pouco tempo na cadeia, em Curitiba. Obviamente, não foi o que aconteceu, mas mesmo preso por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, o líder petista continua comandando sob rédeas curtas os rumos do seu partido, e, consequentemente, sendo o ator principal da campanha eleitoral.
Sem ninguém a incomodar sua liderança, Lula impôs ao PT um roteiro que obriga o partido a apostar todas as fichas numa ficção eleitoral, ou nas palavras ácidas de Ciro Gomes, a embarcar numa "viagem lisérgica".
Desde sempre, Lula e petistas sabem que ele não estará nas urnas em 7 de outubro, mas a narrativa condiz com os desejos do ex-presidente. O problema para o PT é o estrago que pode advir dessa submissão canina a Lula.
Será que Fernando Haddad herdará naturalmente os votos de Lula?
O Partido dos Trabalhadores poderá virar um anão político ao tentar manter Lula como gigante eterno.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.