Motoboys não recebem itens básicos de esterilização
Edu Garcia/R7Em quarentena, quem pode, acaba chamando um delivery. Pois trago verdades: é a hora de exigir que as empresas de aplicativos de entrega e os estabelecimentos que vendem os produtos garantam a esterilização em todo o processo. Não é só pela saúde dos “colaboradores” – o que já seria motivo suficiente –, mas para que inocentes não paguem para que o coronavírus entre em suas casas.
O alerta foi dado pelo sindicato de motoboys, mas serve para ciclistas e motoristas que estão na linha de frente desse tipo precioso de abastecimento. Na denúncia, feita nesta quarta-feira (25), ficamos sabendo que os entregadores estão trabalhando sem álcool gel, luvas descartáveis e outros materiais essenciais.
Cabe ao governo fiscalizar e punir os que sabotam a contenção da doença, mas nada impede que o consumidor faça sua parte, pressionando diretamente os que mais se beneficiam com essa mesquinharia, a saber, as empresas envolvidas. Os entregadores também são vítimas dessa precariedade e negligência sanitária.
Esses tempos são propícios à ganância e ao oportunismo. Mais do que inerente qao sistema, é do ser humano ceder ao egoísmo mascarado de instinto de sobrevivência. Não há exemplo mais evidente do que o aumento no preço das caixas de mascara de proteção. Uma das fabricantes, a Supermed, do Rio de janeiro, “reajustou” seu produto de R$ 4,40 para R$ 165. Singelos 3.650% de aumento.
Se esses abusos e irresponsabilidades conscientes forem tolerados agora, estará feita a cama em que muitos deitarão logo em breve, quando a situação de fato piorar, como previsto pelas autoridades. Toda e qualquer ação oportunista tem de ser vigorosamente denunciada e combatida. Agora. Juntos.
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