Gol de Gerson. Flamengo, líder absoluto, e dando lição para o Brasil
FlamengoSão Paulo, Brasil
Foi preciso chegar um treinador português para ensinar aos técnicos brasileiros.
Há preparação física, fisiologia, nutrição e disciplina no futebol moderno que possibilitam que jogadores de futebol possam participar de duas competições importantes.
Sem a necessidade de revezamento exagerado, histérico, de oito, nove, dez jogadores.
O Flamengo jogará a partida decisiva da semifinal da Libertadores da América contra o Grêmio.
Mas hoje, Jorge Jesus colocou nove titulares absolutos contra o Fluminense, no Maracanã.
Ao contrário do que fez Renato Gaúcho, ontem, diante do Fortaleza. Seus reservas perderam no Ceará por 2 a 1.
E seu time ocupa apenas a oitava colocação no Campeonato Nacional.
O Flamengo, não.
Quer ser campeão do Brasil e do continente.
E a ambição consciente está dando resultado exemplar.
O Flamengo venceu seu tradicional rival.
Fez o que quis com o limitado Fluminense.
2 a 0, gols de Bruno Henrique e Gerson, foi um placar muito acanhado.
Deveria ter goleado.
Muriel foi, disparado, o melhor jogador do Fluminense, fazendo grandes defesas.
E houve um pênalti claro em Gabigol que Anderson Daronco não marcou, de maneira inacreditável.
Bruno Henrique marcou o primeiro gol. 2 a 0 foi muito pouco para o líder
Wallace Teixeira/Estadão Conteúdo - 20.10.2019O time de Jorge Jesus conseguiu o 40º ponto de 42 disputados nas últimas 14 partidas.
Atingiu 64 pontos, com incríveis 79% de aproveitamento.
20 vitórias em 27 partidas.
Faltam onze rodadas para o torneio acabar.
Conseguiu dez pontos de distância do Palmeiras, segundo colocado.
Está mais do que encaminhado o título brasileiro.
E a lição para o país sul-americano.
Jogadores de futebol são atletas, estão capacitados para jogar sequências de partidas importantes, no domingo e na quarta-feira. Três dias são suficientes para o descanso.
Que os clubes da elite aprendam com o português.
É preciso ter coragem, ambição.
Tirar os jogadores do comodismo.
A partida foi exatamente como se esperava.
Com o Flamengo de Jorge Jesus tendo a iniciativa, buscando o toque de bola, mas sem malemolência, com objetividade, com os jogadores indo no limite, correndo, buscando os espaços na retranca do Fluminense. E sem a bola, toda a intensidade na marcação, na recomposição.
O time rubro negro tem a movimentação dos melhores times europeus.
Por isso, a importância do intercâmbio, da vinda de treinadores com outra mentalidade ao futebol deste país, carente de neurônios, de estratégia e até de melhor preparo físico.
O retrato do atraso tático foi o outra vez Paulo Henrique Ganso.
Talentosíssimo, com visão de jogo privilegiada, mas incapaz de entender a vibração, a intensidade da modernidade. Sua inutilidade para o Fluminense foi absoluta. Parecia um atleta de 50 anos atrás, que caiu de pára-quedas no Maracanã.
Triste desperdício.
O Flamengo não tomou conhecimento do seu eterno rival.
E logo aos três minutos, o primeiro gol rubro negro.
O onipresente Everton Ribeiro cobrou escanteio rápido para Rodinei. O cruzamento foi certeiro para a cabeçada fulminante de Bruno Henrique.
Flamengo 1 a 0.
A ambição de Jorge Jesus empurrava seu time no ataque, marcando forte, sob pressão, a insegura saída de bola do Fluminense.
Teve pênalti claro de Nino em Gabigol não marcado, chances perdidas.
No segundo tempo, a mesma gana do Flamengo.
A festa de Gerson e Reinier no segundo gol do Flamengo. Fácil demais
Reprodução/TwitterAos 20 minutos, Ganso perdeu mais um lance e proporcionou o contragolpe. Gabigol e Reinier tabelaram. O jovem atacante que não foi cedido para a Copa do Mundo sub-17 serviu para o chute preciso de Gerson, um dos pilares do time de Jorge Jesus.
2 a 0, Flamengo.
Mesmo com a vitória garantida, a equipe seguiu querendo marcar mais. O pobre Fluminense, ameaçado pelo rebaixamento, conseguiu ao menos evitar o vexame.
O virtual campeão do Brasil deu mais uma aula.
Jorge Jesus está sendo ótimo professor...
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.