Escola de Samba Vai Vai
Gazeta DigitalO MP-SP (Ministério Público de São Paulo) irá ouvir nesta quarta-feira (5) uma das partes envolvidas em um inquérito aberto pelo órgão para investigar supostos desvios de dinheiro público do carnaval de São Paulo pela escola de samba Vai-Vai.
A investigação foi aberta no dia 13 de novembro após uma denúncia que protocolou 187 páginas com documentos que serão analisados pelos procuradores.
No processo, estão dezenas de ações trabalhistas, comerciais e fiscais que, somadas, resultam em uma dívida de mais de R$ 3 milhões de reais.
Para o promotor Paulo Destro, responsável pelo inquérito, a dívida da agremiação é incompatível com os recursos recebidos da prefeitura e indicam o mau uso dos recursos repassados pelo município.
"Já mandei um ofício para a Vai-Vai, para a SPTuris, responsável pela organização do carnaval paulistano, para a Liga das Escolas de Samba, que recebe e repassa o dinheiro para as escolas de samba, e para o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, solicitando esclarecimentos sobre o uso e a fiscalização destes recursos", diz Destro.
Cada escola de samba do grupo especial do carnaval paulistano, do qual a Vai-Vai faz parte, recebe pouco mais de R$ 1,1 milhão da Prefeitura de São Paulo. O dinheiro é, primeiro, repassado para a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, que faz a distribuição dos recursos para as escolas num total de cerca de R$ 32 milhões.
O promotor espera ainda que este inquérito possa receber denúncias de casos semelhantes em outras escolas de samba. "Não está muito claro como as escolas usam este dinheiro e se a Prefeitura de São Paulo fiscaliza esse uso", afirma o promotor.
O R7 procurou a escola de samba Vai-Vai e a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, por e-mail e telefone, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve resposta. Já a Prefeitura de São Paulo, que também é responsável pela SPTuris, informou por meio de nota que "a fiscalização sobre o uso dos repasses é feita pela SPTuris, por meio de documentos comprobatórios enviados pelas agremiações".
A nota afirmou ainda que "as agremiações com dívidas podem receber os repasses da Liga das Escolas de Samba. Contudo, os valores referentes aos processos e dívidas trabalhistas já existentes e com valor definido judicialmente já são descontados do repasse".