O ex-presidente do Quênia Daniel Arap Moi morreu, nesta terça-feira (4), aos 95 anos na capital, em Nairobi. A informação foi anunciada pela Presidência do país, sob o comando do atual presidente Uhuru Kenyatta.
Em uma publicação no Twitter, Kenyatta lamentou a morte do ex-presidente. "Minhas sinceras condolências à família do ex-presidente Mzee Moi. Este é um dia triste para toda a república do Quênia. #RIPMoi"
Moi governou o Quênia entre 1978 e 2002, e manteve o país em uma posição relativamente estável durante seu mandato, em compração com outros países da região que viviam intensas guerras civis, e trabalhando pela paz regional.
Ele chegou ao poder com a morte do presidente Jomo Kenyatta, sendo vice-presidente até então. Diplomatas afirmam que uma tentativa de golpe quatro anos depois de assumir o mandato o transformou em um autocrata duro de um líder cauteloso e inseguro.
Mãos de ferro
Os críticos do ex-presidente, incluindo grupos de defesa de direitos, dizem que ele será lembrado por permitir a criação de câmaras de interrogatório no porão da Nyayo House, um prédio do governo no centro de Nairóbi que agora abriga o departamento de imigração.
Milhares de ativistas, estudantes e acadêmicos foram mantidos nas celas subterrâneas, alguns deles parcialmente cheios de água. Os prisioneiros foram submetidos a um tratamento severo de tortura, dizem os grupos de direitos humanos, e às vezes lhes foi negada comida e água.
Histórico
Daniel Toroitich Arap Moi nasceu em 2 de setembro de 1924, na vila de Kureing'wo, no distrito de Baringo, 250 quilômetros a oeste de Nairóbi. Seu pai, Kimoi Arap Chebii, era um pastor cujos ancestrais haviam migrado das encostas do Monte Quênia para evitar conflitos com a tribo Maasai no século 19, segundo a presidência do Quênia.