Passageiros em estação da Linha 11 da CPTM, nesta quinta-feira ( 14)
BRUNO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO- 14/05/2020Há dez dias, o índice de isolamento social no Estado de São Paulo está abaixo da taxa de 55%, meta estipulada pelo governo estadual como a mínima necessária para considerar a flexibilização do fechamento do comércio não essencial e evitar a sobrecarga nos hospitais em função da pandemia do novo coronavírus.
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Na capital paulista, que tem 32.372 casos e 2.512 óbitos, segundo dados desta quinta-feira (14), os índices também não alcançaram o mínimo durante o mesmo período. A taxa ideal de isolamento social é de 70%, segundo a prefeitura. Na quarta-feira (13), a cidade de São Paulo atingiu 48% de isolamento social, três dias após o início do megarrodízio municipal.
Desde o dia 4 de maio, a média no Estado atingiu o pico de adesão ao distanciamento social no último domingo (10), com taxa de 53%. A capital teve o mesmo comportamento, mas não conseguiu alcançar a marca mínima, registrando 54%.
Nesta quarta-feira (13), a cidade de São Sebastião teve a maior taxa de isolamento social no Estado: 63%. Os outros municípios que completam a lista dos dez mais bem colocados registram taxas entre 61% e 55%.
O Sistema de Monitoramento Inteligente analisa os dados de telefonia móvel para indicar tendências de deslocamento e apontar a eficácia das medidas de isolamento social.
O sistema funciona por meio de acordo com as operadoras de telefonia Vivo, Claro, Oi e TIM para que o Governo de São Paulo possa consultar informações agregadas sobre deslocamento no Estado. Os dados de georreferenciamento servem para aprimorar as medidas de isolamento social para enfrentamento ao coronavírus.
O decreto que regulamenta o novo rodízio na capital paulista foi publicado no dia 7 de maio. Além do isolamento abaixo do necessário nos dias anteriores, a cidade de São Paulo havia registrado cerca de 50 km de congestionamentos por volta das 19h do dia 6 de maio.
A medida tem falhado consecutivamente em promover o distanciamento social desde que entrou em vigor – com índices abaixo de 50%. O decreto, porém, foi efetivo em esvaziar as ruas da cidade. Cerca de 1,5 milhão de veículos ficaram de fora das ruas paulistanas no primeiro dia sob o esquema, segundo o prefeito Bruno Covas.
Para conter o movimento de cidadãos que não poderiam recorrer ao transporte privado, a prefeitura anunciou o acréscimo de 1.000 ônibus na rede municipal. Contudo, o transporte público paulistano tem registrado aglomerações em estações do Metrô e de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) nos últimos dias.
Com 54.286 casos confirmados e 4.315 óbitos, o Estado de São Paulo, epicentro do coronavírus no Brasil, está em quarentena desde o dia 24 de março - esquema já prorrogado por duas vezes pelas autoridades. O encerramento da medida está previsto para 31 de maio, mas pode haver a extensão das restrições, a depender da taxa de isolamento e de ocupação de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva).
A quarentena só deve ser flexibilizada efetivamente quando houver redução sustentada do número de casos por 14 dias e a taxa de ocupação de leitos de UTI for inferior a 60%. Os dois indicadores dependem de uma taxa de isolamento mínima de 55%, de acordo com o diretor do coordenador dos testes de covid-19 no Estado, Dimas Covas.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Clarice Sá