A família da menina de dois anos que morreu durante uma cirurgia plástica na última terça-feira (20) tinha medo que a criança sofresse bullying por causa do problema nos olhos. O hospital informou que a menina teve uma reação alérgica à anestesia. Os parentes falam em erro médico
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A criança estava ansiosa
pela cirurgia e sabia exatamente o que estava fazendo no hospital: ficar mais
bonita. Ela quis até tirar fotos
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A operação foi muito esperada pela família e pela criança, como conta a mãe da
menina, Viviane Loiola. — Ela falava assim:
"Eu vou ficar com olhinho de princesa" e erguia assim (as pálpebras)
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Apesar da pouca idade da menina, apenas dois anos, a mãe queria evitar sofrimentos no futuro. Raphaela nasceu com ptose, quando a pele da pálpebra cobre os olhos. Viviane tinha o mesmo
problema e passou pelo mesmo procedimento quando era jovem.
—
E como eu tive e era muito ruim na escola; vai crescendo, as pessoas vão
tirando sarro, vai sofrendo bullying, aquelas coisas todas
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A menina morava em Campo Limpo Paulista, a 40 km de São Paulo. Depois que os pais decidiram pela cirurgia, Raphaela passou a sair da pequena cidade para fazer consultas no Hospital Santa Marcelina, na zona leste da capital
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A criança fez três
consultas antes da operação, além de vários exames, que não mostraram nenhuma
alteração
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No dia marcado para a
cirurgia, a família saiu cedo de casa. Raphaela estava em jejum. A
operação que seria ao meio-dia atrasou e só foi começar seis horas depois. A
menina foi para o centro cirúrgico ao lado da mãe
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Segundo Viviane, o
médico pediu que ela saísse para anestesiar a criança. A mãe chegou a ver que
ele pegou a máscara anestésica, usada em crianças desta idade, mas acabou
usando uma injeção.
— Não sei o que foi,
ele (o médico) não inalou. Eu sei que ele colocou um líquido, acho que é o líquido da
anestesia, na veia e deu nela. É um líquido branco, daí ela já apagou. Daí ele
falou: "Agora você não pode ficar mais aqui, agora você tem que sair"
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Três horas depois os pais
receberam a notícia de que a menina havia morrido. O hospital informou que a
criança teve uma reação alérgica à anestesia. A família fez um boletim de
ocorrência. O delegado registrou a morte de Raphaela como suspeita
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Os pais também receberam
um documento assinado por uma médica, indicando o que pode ter acontecido com a
filha. Segundo o documento,
Raphaela teve uma hipertermia maligna, um processo alérgico causado pelo uso de
anestésico
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O pai da criança,
Cláudio Loiola, disse que a filha nunca teve alergia a nada.
— Sadia, nunca
apresentou nada de errado, normal. Dos medicamentos que ela já tomou, nunca
apresentou nada de errado
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Raphaela completaria
três anos no começo de setembro. Era a filha caçula. Para Viviane, vítima de um
erro médico.
— Eu acho que eles
erraram em alguma coisa nessa anestesia. Não sei se realmente tem esse teste
antes da anestesia que tem que fazer pra ver se realmente... eu não sei se
existe, se tem. Se tem, eles erraram, porque não fizeram