À esquerda, o deputado Jair Bolsonaro dá autógrafos antes de ser vaiado; à direita, manifestante distribui coxinhas
Bruna Oliveira/R7A manifestação contra o governo Dilma Rousseff na orla de Copacabana, zona sul do Rio, reuniu milhares de pessoas e foi marcada por pedidos de impeachment e de basta à corrupção. O MBL (Movimento Brasil Livre) recolheu assinaturas para protocolar o pedido de impeachment. O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi assediado e também vaiado ao ser impedido de discursar.
Os manifestantes caminharam do posto 5 até o Hotel Copacabana Palace, onde, por volta das 12h30, o ato se dispersou. O protesto foi pacífico. A Polícia Militar, que mobilizou 800 policiais para reforçar a segurança, não estimou o total de manifestantes. O MBL, um dos organizadores do ato, falou, ao final do protesto, que 100 mil pessoas participaram do ato, mas esse número parece superestimado.
Apesar das críticas ao governo, o bom humor também deu as caras. O manifestante Vander Moreira distribuiu coxinhas em alusão ao apelido porque, segundo ele, "o PT pensa que somos todos coxinhas".
Já o humorista Marcelo Madureira fez um discurso duro contra o governo petista.
— Aqui não tem golpista. Somos democratas e não temos medo do PT e nem do petismo.
Veja imagens aéreas da manifestação:
Vaia a Bolsonaro e pedido de intervenção militar
O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), um dos parlamentares mais votados no Estado do Rio de Janeiro, foi vaiado e impedido de discursar ao ser chamado para assumir o microfone em um dos carros de som. Ao perceber a vaia, um integrante do Movimento Brasil Livre, um dos organizadores do ato, perguntou no microfone se os manifestantes queriam o discurso do Bolsonaro e a resposta foi negativa.
Para desfazer a saia justa, outro manifestante afirmou, ao microfone, que o protesto é apartidário. O deputado não subiu no carro de som. Apesar da vaia, também houve quem apaludisse Bolsonaro. Mais cedo, o parlamentar distribuiu autógrafos na orla carioca e ouviu de alguns manifestantes que deveria concorrer à Presidência da República.
Os manifestantes, que cantaram o Hino Nacional, adotaram camisetas verde-amarelas e bandeiras do Brasil. Houve ainda quem empunhasse cartazes pedindo uma intervenção militar. Um cartaz escrito em inglês pedia que as Forças Armadas livrasse o País do comunismo mais uma vez.
O general reformado do Exército Arghenta Kap, que também participou da manifestação, pede uma nova eleição.
— Queremos uma nova eleição, que as Forças Armadas assumam o poder e marquem uma Constituinte daqui a 12 meses. Precisamos de ordem.
Paulo Roberto de Souza diz que sua motivação para participar foi se posicionar “contra essa corrupção”.
— Não vivemos em uma democracia e sim em uma ditadura bolivariana do PT. Temos que mudar tudo. Cumprimos a lei pagando nossos impostos. É muita revolta.
Após falar com jornalistas, o manifestante apagou seu cigarro e jogou a bituca no chão, recusando-se a colocá-la no lixo quando questionado pelo repórter. No Rio de Janeiro, há uma lei municipal que multa quem joga lixo nas ruas.
Além do Rio de Janeiro, os protestos, convocados pelas redes sociais, reuniram manifestantes em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Porto Alegre, Goiânia, Palmas, São Luiz, Goiânia, Vitória, Florianópolis, Manaus, Belém, Cuiabá e Curitiba, entre outras capitais.