Jair Bolsonaro e Eduardo Pazuello
Joédson Alves/EFE - 09.06.2020O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) saiu em defesa nesta quarta-feira (15) do general Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde, na crise gerada pela afirmação feita por Gilmar Mendes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
“Pazuello é um predestinado, nos momentos difíceis sempre está no lugar certo para melhor servir a sua pátria. O nosso Exército se orgulha desse nobre soldado”, escreveu Bolsonaro nas redes sociais, sem citar o magistrado da Suprema Corte.
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O ministro do STF afirmou, no último sábado (11), que não seria razoável o Exército se associar ao genocídio – em referência aos cargos técnicos do Ministério da Saúde ocupados por militares e, por tabela, crítica as políticas adotadas no enfrentamento ao novo coronavírus. Desde que assumiu a pasta, o número de militares chegou a 22.
Bolsonaro contestou a informação. “Quis o destino que o general Pazuello assumisse a interinidade da Saúde em maio último. Com 5.550 servidores no Ministério, o general levou consigo apenas 15 militares para a pasta. Grupo esse que já o acompanhava desde antes das Olímpiadas do Rio”, disse.
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A crítica de Mendes sobre os fardados culminou em uma representação junto a PGR (Procuradoria-Geral da República), protocolada na terça-feira (14) pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e o comandante do Exército, Edson Pujol.
A PGR analisará a representação, do tipo notícia de fato (espécie de apuração preliminar), para dar início à tramitação interna. Após a análise, o órgão decidirá se o caso deve seguir o se vai arquivá-lo.
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Apesar da representação, o ministro do STF disse respeitar a atuação das Forças Armadas, mas manteve suas críticas. “Em um contexto como esse (de crise aguda no número de mortes por covid-19), a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas”, defendeu.
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