Bolsonaro lançou candidatura independente e quase leva comissão
Alexandra Martins/16.10.2013/Câmara dos DeputadosEm votação apertada, o deputado Assis do Couto (PT-PR) foi eleito, nesta quarta-feira (26), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Essa foi a única das 21 comissões permanentes da Casa instaladas ontem em que houve disputa. Apesar do acordo para que o PT ficasse com o comando do colegiado, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) apresentou candidatura avulsa e exigiu a inscrição de seu nome na disputa.
— Qualquer outra candidatura, independente de ser do Partido dos Trabalhadores ou não, é legal e regimental. E peço à vossa excelência que dê prosseguimento às eleições.
O resultado apontou 10 votos para Couto e 8 para Bolsonaro — como tem mais tempo de Câmara, Bolsonaro levaria a indicação se a disputa terminasse empatada. O deputado Nilmário Miranda (PT-MG) será o 1º vice-presidente — os 2º e 3º vices serão definidos posteriormente.
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Assis do Couto
O novo presidente da Comissão de Direitos Humanos tem 53 anos, está no terceiro mandato como deputado federal, com atuação ligada à agricultura familiar e à reforma agrária.
Assis do Couto adiantou que quer garantir a voz das minorias no colegiado.
— Entender a diversidade e a pluralidade desse país é uma missão de todos nós. Isso sem perder o foco da defesa dos direitos humanos daquelas minorias que ainda têm seus direitos violentados, infelizmente.
Feliciano
A eleição de ontem foi acompanhada por representantes de movimentos indígenas, LGBTT e outras entidades da sociedade civil, que comemoraram o resultado.
Ao se despedir do comando da comissão, o agora ex-presidente Marco Feliciano fez agradecimentos e balanços de sua gestão.
— Foi um ano turbulento para nós, mas mesmo o prejuízo de tempo não nos impediu de trabalhar. Mostramos que existe uma amplitude de pensamentos acerca do que é, de fato, direitos humanos.
No ano passado, o PT, que tem prioridade na escolha das comissões que presidirá, abriu mão da Comissão de Direitos Humanos. A eleição de Feliciano gerou protestos de grupos que o acusavam de racismo e homofobia. O parlamentar afirmou que não guarda ressentimentos: “meu nome foi achincalhado publicamente, porém o assunto é passado e não resta, no meu coração, nenhum tipo mágoa acerca do que ocorreu".