Ordem de serviço foi dada no dia 21 de dezembro do ano passado
ReproduçãoA Defensoria Pública de São Paulo apresentou duas ações contra a ordem de serviço do comando da Polícia Militar em Campinas que determinava aos seus policiais abordagens “especialmente em indivíduos de cor parda e negra”. A ordem de serviço, do dia 21 de dezembro do ano passado, foi emitida para patrulhamento em um bairro da cidade com registros frequentes de roubo e determinava que os policiais abordassem “transeuntes e veículos em atitude suspeita, especialmente indivíduos de cor parda e negra com idade aparentemente de 18 a 25 anos, os quais sempre estão em grupo de 3 a 5 indivíduos na prática de roubo à residência daquela localidade”.
Nesta quinta-feira (14), foi oferecida uma denúncia à Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania. A defensora pública Vanessa Alves Vieira argumenta que a ordem foi um ato discriminatório. Segundo a ação, “a concretização da ordem implica, necessariamente, em intimidação, constrangimento e vexame aos cidadãos negros”.
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Além disso, no último dia 8, a Procuradoria Geral de Justiça do Ministério Público do Estado também recebeu uma denúncia do defensor público Bruno Shimizu. Na ação, o defensor pede que seja instaurado um inquérito policial para investigar o caso. Segundo ele, a determinação da PM de Campinas “identifica a imagem do cidadão negro com a de criminosos, o que é inadmissível”.
O R7 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar de Campinas, ninguém foi localizado até a publicação desta matéria.