David Uip alertou para a necessidade de cumprir a quarentena
FLAVIO CORVELLO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDONeste sábado (21), o governador de São Paulo, João Doria, decretou quarentena em todo o estado durante coletiva de imprensa. A medida vale a partir de terça-feira (24) e se estende por 15 dias.
Durante a entrevista, o coordenador do Centro de Contingência para o coronavírus no estado de São Paulo, David Uip, alertou para a banalização da pandemia, a necessidade de cumprir a quarentena e fazer isolamento social.
"Levem a sério esta pandemia, isto não é férias. Tem bairros que parece que o dia a dia não mudou. É necessário compreender a gravidade [da situação]", destacou.
Em entrevista ao R7, o infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, ressaltou que ficar em casa e evitar locais cheios é uma questão de "responsabilidade individual e senso de solidariedade" daqueles que não fazem parte do grupo de risco, composto por pessoas acima dos 60 anos, doentes crônicos (diabéticos, cardiopatas, pessoas com problemas renais) e indivíduos imunossuprimidos (em tratamento oncológico e transplantados).
De acordo com o especialista, ao circular por ambientes com aglomerações, os indivíduos podem levar o vírus para dentro de suas casas.
"[Esse ato] acaba sendo um favorecedor para que esse vírus chegue a pessoas que podem desenvolver formas graves da doença e, neste caso, pode até levar à morte", afirmou.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, já esclareceu que o isolamento e a quarentena são medidas de saúde pública para o enfrentamento ao coronavírus no país.
“O isolamento não é obrigatório, não vai ter ninguém controlando as ações das pessoas, ele é um ato de civilidade para proteção das outras pessoas. Já a quarentena é uma medida restritiva para o trânsito de pessoas, que busca diminuir a velocidade de transmissão do coronavírus. Essas são medidas de saúde pública”, reforçou.