Alexandre Pires e Salgadinho lançaram dueto
DivulgaçãoA música foi o primeiro setor a parar e deve ser um dos últimos a voltar por causa da pandemia do novo coronavírus.
Mas nesse momento em que é recomendável ficar em casa e os shows não podem acontecer, Salgadinho tem aproveitado para compor e gravar material inédito e realizar parcerias.
A variedade das conexões que o músico tem feito chega a ser inusitada. Se para o Dia dos Namorados de 2020 ele se aproximou do também pagodeiro romântico Alexandre Pires, outra parceria foi mais inesperada: ele compôs uma música com Ronaldinho Gaúcho, que passa a quarentena no Paraguai, onde foi preso recentemente.
"Com o Alexandre, eu que propus uma aproximação e ele topou de imediato. Apesar de sermos amigos há 30 anos, nunca tínhamos trabalhado juntos e a música Reencontro tem ido muito bem no Spotify e espero que repita o mesmo bom desempenho no YouTube com o clipe (assista acima) que estreou na noite de 10 de junho", comenta. "Já com o Ronaldinho, nós nos aproximamos depois que ele foi solto e em breve virão outras novidades por aí", garante ele, que pretende lançar um novo EP com quatro faixas ainda em julho.
Essas parcerias integram uma nova fase do músico, que tem se aproximado de outros artistas desde o lançamento do projeto Amigos do Pagode 90, que inicialmente contava com ele, Marcio Art e Chrigor.
Cantor não vai fazer shows enquanto for inseguro
DivulgaçãoNos últimos meses, ele soltou Sol e Sal com Ferrugem, Química do Amor ao lado de Mumuzinho e Suel, e Sorte de Aprendiz com o cantor sertanejo Thiago Brava. "É um momento muito interessante para o pagode, que tem reconquistado espaço no mercado. As lives promovidas durante a quarentena provam essa tendência. Atualmente, os artistas de pagode só são menos vistos nesse formato do que os sertanejos. Mas a diferença essencial é que eles também têm muito mais investimento para promover os próprios projetos. Nós fazemos tudo de forma mais orgânica", compara.
Para Salgadinho, esse resgate do samba é fruto de um fortalecimento geral da cultura negra no Brasil. "Muitas vezes o país tentou um apagamento ou embranquecimento da música negra, mas não conseguiu. É impossível esconder que o samba ajudou a criar muita coisa na nossa música pop e o talento que temos entre os artistas negros é mais forte que qualquer projeto mercadológico que tente nos deixar em segundo plano", explica.
Apesar da volta ao sucesso, o pagode também tem enfrentado os problemas típicos da quarentena e da falta de shows nas agendas dos músicos. Salgadinho teme pelo futuro do mercado e do país após a pandemia, mas diz que no momento o importante é agir de maneira responsável.
"Pode ser até que role uma precipitação governamental no retorno dos shows, porém eu tomarei cuidado quanto a isso. Não sou o tipo de pessoa que pensa apenas nos meus interesses e não pretendo voltar a fazer shows enquanto isso for relativamente inseguro", explica.