Shoppings só poderão abrir por 4h e com 20% da capacidade
Marcello Casal Jr/ Agência BrasilA retomada gradual da economia em São Paulo anunciada na última quarta-feira (27), era aguardada por shoppings e comércios com ansiedade. Algumas associações já possuem parte dos protocolos de venda adequados à pandemia do novo coronavírus desde abril, menos de 15 dias depois do início da quarentena no estado.
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A partir do dia 1º de junho, alguns municípios poderão iniciar o processo de reabertura de parte de seus estabelecimentos comerciais, de acordo com os critérios do Plano São Paulo, que condiciona a retomada de diferentes categorias à fase da pandemia em que o município se encontra.
Na cidade de São Paulo, que está atualmente na fase 2, comércios, shopping centers, escritórios, concessionárias e atividades imobiliárias poderão apresentar, a partir de junho, o plano de retomada às secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Trabalho e de Saúde.
A Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) e a Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março) já tinham os protocolos, há mais de um mês, com normas delineadas para o comércio em meio à pandemia.
As novas regras a serem apresentadas à prefeitura devem garantir saúde, higiene, testagem, fiscalização e a comunicação das novas diretrizes aos consumidores e funcionários destes estabelecimentos. Por fim, os protocolos têm que ser aprovados pela Vigilância Sanitária.
Protocolos de saúde
Com base nestas diretrizes autogestadas, a Univinco já pedia pela reabertura do comércio desde o início de abril, em parceria com outras associações de comerciantes do centro que representam mais de 80.000 lojistas da região.
A Associação Comercial de São Paulo, formada por empresários, também já prepara a apresentação das regras para a prefeitura paulistana com base em diretrizes separadas pela entidade ainda no início de maio .
No dia 15 deste mês, a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), representante de 105 mil lojas em 577 empreendimentos no Brasil, divulgou 20 compromissos para a reabertura das lojas.
Os documentos elaborados pelas associações trazem vários pontos em comum: a restrição do horário de funcionamento dos estabelecimentos, diversas medidas para não gerar aglomerações, obrigatoriedade do uso de máscara facial, home office ou afastamento para funcionários do grupo de risco e a higienização mais frequente dos espaços de trabalho.
Algumas também enfatizam a comunicação dentro das lojas sobre medidas de prevenção à pandemia e a aferição de temperatura de clientes e funcionários.
A retomada
Novos detalhes sobre o funcionamento dos shoppings foram divulgados nesta sexta-feira (29). Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, os shoppings e o comércio nas cidades da fase 2 só poderão operar atendendo 20% da capacidade, com um horário de abertura de quatro horas por dia.
No caso dos shoppings, as praças de alimentação devem ficar fechadas. O diretor de relações institucionais da Alshop, Luís Augusto Ildefonso da Silva, considera que o perigo da reabertura da economia na fase 2 não está necessariamente nos comércios.
"A volta do comércio deve gerar mais movimentação no transporte público, o que pode piorar a situação. Dentro do shopping center, temos uma convicção que nenhum problema vai ocorrer. Eles vão seguir todo o protocolo à risca", diz o diretor.
A prefeitura de São Paulo vai publicar decreto antes do dia 1° de junho para regulamentar os pré-requisitos necessários para que os setores privados na fase 2 reabram.
Pandemia em SP: da 1ª morte à retomada parcial das atividades
*Estagiário do R7, sob supervisão de Clarice Sá
*Com informações da Agência Estado