Condenado a 22 anos e três meses de prisão por sequestro, morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, o goleiro Bruno Fernandes acumula uma série de confusões na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem na Grande BH, onde está detido desde julho de 2010. A última delas, nesta semana, recebeu um ferimento na cabeça provocado por um queda em uma suposta tentativa de suicídio. Bruno tomou dois comprimidos de antidepressivos no domingo (19) e caiu na cela. A direção do presídio apura como os remédios entraram no presidio, já que não são receitados ao goleiro.
Marcelo Albert / TJMG
Esta não é a primeira vez que um boato de tentativa de suicídio cerca o goleiro. Em 22 de novembro de 2012, durante o primeiro julgamento do caso Eliza Samudio, a informação de que o jogador tinha tentado se matar agitou o Fórum Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande BH. Com a confusão, os portões do local tiveram que ser fechados até que a informação fosse apurada e a situação normalizada.
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Bruno já foi punido pelo menos duas vezes por atos de indisciplina e perdeu o direito de trabalhar. Em 2012, o goleiro enviou duas cartas a um programa de TV e a uma revista sem o consentimento da direção do presídio. Por um ano, até julho de 2012, Bruno trabalhava na faxina e recebia R$ 466, além de descontar um dia da pena a cada três trabalhados. Com a punição, parou de trabalhar e ficou até sem direito a visitas e banho de sol.
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Em janeiro de 2013, Bruno voltou a trabalhar na penitenciária Nelson Hungria, dessa vez na lavanderia. Mas o expediente durou pouco: em 1º de abril, um detento fez comentários sobre sua mulher, a dentista Ingrid Calheiros, que irritaram o goleiro. Bruno brigou com o detento e chegou a ofender um agente penitenciário. Ele foi afastado do trabalho e ficou quase dois meses sem receber visitas.
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Em março de 2013, um suposto dentento do mesmo presídio ligou para a TV Record dizendo que o ex-capitão do Flamengo tinha à disposição "frigobar, uísque e cocaína" dentro da cela. "O cara tem frigobar dentro da cela dele. O cara tem DVD, toma uísque, cheira cocaína, come do bom e do melhor. Ele não come a comida da cadeia". A Subsecretaria do Sistema Prisional de Minas negou qualquer privilégio a Bruno e afirmou que o goleiro não recebe qualquer privilégio.
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O Jaílson de Oliveira, que testemunhou contra o goleiro em seu julgamento, disse que sofreu ameaças de morte e que sua mulher se sentia ameaçada. Jailson disse ter ouvido de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, um plano para matar autoridades envolvidas no caso. Segundo ele, mais de uma vez Bruno o abordou para proferir ameaças. O goleiro nega conhecer Jailson.