Presidente norte-americano, Barack Obama, foi alvo de críticas por não fechar a prisão de Guántanamo
AP Photo/Pablo Martinez MonsivaisA Anistia Internacional criticou novamente a prisão norte-americana de Guantánamo, em Cuba, criada pelo ex-presidente George Bush para a reclusão de terroristas após o 11 de setembro. O atual líder dos EUA é citado no relatório intitulado O estado dos direitos humanos no mundo, divulgado na quarta-feira (22) à noite, por não ter cumprido a promessa feita há mais de três anos de que fecharia a detenção.
De acordo com o texto da Anistia, a prisão de Guantánamo é um ambiente de prática de tortura, de detenção indefinida e julgamentos injustos que está infringindo os direitos humanos. A organização lidera uma campanha internacional que exige o fechamento imediato das instalações prisionais e espera que Obama tome alguma atitude o mais breve possível.
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Ao fim de 2012, na detenção norte-americana em Cuba ainda contava presos 166 supostos terroristas. Conforme relatado no documento da Anistia “a grande maioria” dos prisioneiros estão detidos “sem acusação nem julgamento”.
No ínicio de maio, um grupo de especialistas internacionais em direitos humanos, prisão arbitrária, tortura, luta contra o terrorismo e saúde também criticou Guantánamo. Na ocasião, o argentino Juan E. Méndez, relator especial da ONU sobre tortura, declarou:
— Em Guantánamo, a prisão de indivíduos por tempo indeterminado, muitos dos quais sem acusações, vai muito além de um período mínimo razoável e causa um estado de sofrimento, tensão, temor e ansiedade que em si mesmo constitui uma forma de tratamento cruel, desumano e degradante.
Desde fevereiro, quando detentos da prisão iniciaram uma greve de fome, um número crescente de presos tem aderido a este protesto por seu estado de detenção indefinida e pelo tratamento recebido por parte das autoridades desta prisão, dos quais 21 recebem alimentação forçada e outros cinco estão hospitalizados, destacaram especialistas em direitos humanos das Nações Unidas e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em comunicado difundido no dia 1º de maio, em Genebra.
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Pronunciamento de Obama: expectativa internacional
O presidente Barack Obama pronunciará nesta quinta-feira (23) um discurso sobre a estratégia antiterrorista dos Estados Unidos, principalmente a respeito dos polêmicos temas do uso de drones e da prisão militar de Guantánamo, informou uma fonte da Casa Branca à AFP.
Durante o discurso na Universidade de Defesa Nacional de Washington, o presidente falará sobre a "política antiterrorista em sentido amplo", incluindo os "esforços militares, diplomáticos, de inteligência e jurídicos", explicou a fonte, que pediu anonimato.
"O presidente também citará a política e a base jurídica que fundamentam nossas ações contra as ameaças terroristas, incluindo o uso de drones (aviões não tripulados)", completou.
Obama analisará ainda a "política de reclusão e as tentativas de fechar o centro de detenção de Guantánamo" em Cuba, revelou a fonte.
No fim de abril, o presidente americano prometeu intensificar os esforços para obter o fechamento da prisão militar, onde 100 detentos estão em greve de fome, uma antiga promessa de campanha que foi travada pelo Congresso.
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