Peemedebistas poderão se tornar réus no Supremo
Alan Marques/Folhapress - 13.12.2012O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta sexta-feira (25) denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Garibaldi Alves (PMDB-RN), além do ex-presidente José Sarney (PMDB) e outras quatro pessoas.
Se o Supremo aceitar a denúncia, o grupo será réu em um processo de corrupção passiva e lavagem de dinheiro envolvendo desvios na Transpetro, subsidiária da Petrobras.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) sustenta que o grupo de políticos do PMDB e Sérgio Machado (ex-senador do partido pelo Ceará) usaram a Transpetro para obter propina.
O dinheiro teria sido injetado em diretórios estaduais e municipais do partido.
“Os dados mostram que os Estados de alguns dos membros do PMDB que são alvo da Operação Lava Jato receberam em 2010 e em 2014 recursos em montante desproporcional ao tamanho do eleitorado. Por outras palavras, os Estados de domicílio eleitoral desses investigados ou denunciados, e não os de maior eleitorado, receberam os maiores volumes de recursos”, explica Janot na denúncia apresentada.
"Em contrapartida a esses pagamentos, Sérgio Machado praticou atos de ofício para promover, autorizar e direcionar as licitações e contratações da Transpetro em favor da NM Engenharia", diz a PGR.
Os adminisradores da NM Engenharia, Maramaldo e Nelson Cortonesi Maramaldo, estão entre os denunciados.
Um dos envolvido é o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, delator na Lava Jato.
Ele foi quem gravou, no ano passado, conversas reservadas com Calheiros, Jucá e Sarney.
A divulgação dos áudios levou à saída de Romero Jucá do Ministério do Planejamento, 11 dias após tomar posse. Ele hoje é líder do PMDB no Senado.
Em nota, a defesa de Machado disse que seu cliente "continua colaborando com a Justiça".
Leia a nota na íntegra:
"A colaboração de Sérgio Machado formalizada com o Ministério Público Federal foi responsável pela elaboração de 13 (treze) anexos em que o ex-presidente da Transpetro abordou temas distintos, resultando na instauração de 7 (sete) procedimentos perante o Supremo Tribunal Federal, além de outros 2 (dois) inquéritos policiais na Subseção Judiciária de Curitiba. A defesa de Machado informa ainda que ele continua colaborando com a Justiça."