Internautas falaram sobre a onda de manifestações nas redes sociais
Montagem/R7O compartilhamento de informações sobre a onda de manifestações que tomou o País impactou potencialmente 622 milhões de internautas até as 19h30 desta quarta-feira (19). E os posts em Twitter, Facebook e outras redes sociais oscilaram de apoio quase unânime, decepção com os "excessos" — principalmente na terça-feira — e euforia com a "vitória", após a revogação do aumento das tarifas de transporte público anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo prefeito Fernando Haddad (PT), nesta quarta-feira.
Para se ter uma ideia do efeito bola de neve das publicações em redes sociais, o impacto até a noite de segunda-feira era de 79 milhões de usuários — ou seja, houve um salto de quase oito vezes no alcance, em 48 horas. O mapeamento foi realizado online pela empresa Scup.
No período, entretanto, o humor dos internautas oscilou bastante, como analisa o psicoterapeuta Ari Rehfeld, supervisor da clínica psicológica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
— Isto porque as redes sociais são um termômetro da sociedade.
Em comemoração à redução da tarifa, milhares devem voltar às ruas de SP hoje
Para grupo acampado em frente à sede do governo de SP há três dias, R$ 0,20 é só o começo
Mudança de humor
Se até segunda-feira (17), o apoio virtual aos manifestantes era praticamente hegemônico — conquistado após os protestos da última semana —, o cenário mudou nesta terça-feira (18), quando depredações e saques foram registrados em São Paulo. A usuária @NannySantana postou sua indignação.
— Vândalo não é manifestante.
Quem também não gostou do vandalismo foi a internauta @carolmonterisi.
— Protesto com quebra-quebra é burro: ajuda a justificar a porradaria da PM e afasta a população (ninguém quer sair de casa pra apanhar).
O usuário @marceloratis ironizou a atitude criminosa.
— Parabéns aos idiotas que depredaram a prefeitura ontem.
De acordo com Rehfeld, as pessoas se sentiram traídas com a violência.
— O que mudou nesse ínterim é que a grande maioria dos manifestantes queria um movimento pacífico. Estes, então, se sentiram traídos quando os minoritários apelaram para a violência. Passaram a não se sentir mais representados.
Após a revogação do aumento da tarifa, entretanto, o humor nas redes sociais mudou mais uma vez: o tom passou para a comemoração — ainda que os mais céticos lembrassem que poderia faltar dinheiro para outros investimentos públicos, como escreveu a usuária @CarolinaCleto.
— Se a revogação não aumentar nada em São Paulo, tá ótimo.
Outro usuário @frasesvsf comemorou a vitória.
— Vencemos, uhu!, tarifa volta a ser R$ 3. Isso mesmo, Brasil!.
Outro internauta @qi200 ficou preocupado com as consequências da redução da tarifa.
— Baixaram a tarifa, mas já estão aproveitando o fato para justificar a futura falta de investimentos.
Vários posts também se perguntavam se as manifestações irão continuar — lutando por outras causas que "surgiram" em meio aos protestos pelas tarifas no transporte público, como postou a usuária @jacklemes_.
— A tarifa abaixou! Mas, e o Brasil mudou? A roubalheira acabou?" .
Outra pessoa, @garimpodeacoes, quer saber se haverá continuidade dos protestos.
— Tarifa baixou em São Paulo... Governador e prefeito recuaram e baixaram para R$ 3. E agora, os protestos vão parar?.
Posts
De acordo com o monitoramento da Scup, até as 19h30 desta quarta foi publicado nas redes sociais 1,2 milhão de posts referentes às manifestações. O dia mais intenso foi terça, com um registro de 453 mil posts. Nesta quarta, até o início da noite, foram publicados 251 mil posts.
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