Oficiais contam votos em Bani Sweif, 115 km ao sul do Cairo
22.12.2012/Divulgação/ReutersA Frente de Salvação Nacional (FSN), que agrupa grande parte da oposição não islâmica egípcia, denunciou neste domingo (23) a ocorrência de uma fraude no referendo sobre a nova Constituição realizado no país nos dias 15 e 22 de dezembro.
Em entrevista coletiva no Cairo, vários dirigentes da coalizão asseguraram que impugnarão os resultados.
Segundo a Irmandade Muçulmana, o "sim" à nova Constituição deve faturar o referendo com 64% dos votos. Os números oficiais só serão divulgados na segunda-feira.
O grupo ao que pertenceu o presidente egípcio, Mohammed Mursi, até chegar ao poder informou que o "sim" venceu em 16 das 17 Províncias nas quais foi realizada no sábado a segunda fase da consulta.
A única na qual ganhou o "não" foi Menufiya (norte), segundo a Irmandade Muçulmana, cujos dados apontam para uma vitória folgada do "sim" nas outras Províncias, entre as quais se encontram Giza, que abrange parte do Cairo, Suez (leste) e Luxor.
Por sua vez, a televisão egípcia indicou que o "sim" conseguiu 70,7% dos votos na segunda rodada, enquanto o jornal estatal Al Ahram o avalia em 71,4%, com uma participação de 32%.
O primeiro turno aconteceu há uma semana em outras dez Províncias, entre elas Cairo e Alexandria, e nela ganhou o "sim" com quase 57% dos votos, sempre segundo os resultados oficiosos.
Durante a segunda rodada do plebiscito, tanto Irmandade Muçulmana como a Frente de Salvação Nacional (FSN), que reúne grande parte da oposição não islamita, denunciou haver detectado várias irregularidades.
O FSN solicitou o "não" ao considerar que a redação da minuta da Constituição foi monopolizada pelos islamitas e que o texto corta direitos e liberdades, além de abrir a porta para uma interpretação islamita da lei, entre outras críticas.