Fernanda posa para a foto com a mensagem "eu venci o câncer"
ReproduçãoPoucas semanas antes de completar 24 anos, a gerente de marketing digital Fernanda Horner tinha a vida encaminhada exatamente como queria: apaixonada e casada há menos de 2 anos, trabalhando fora do Brasil e vivendo novas experiências todos os dias. No entanto, em setembro de 2018, a jovem detectou uma protuberância dolorida no pescoço e marcou uma consulta médica em Cincinnati, EUA, onde vive desde os 18. O que imaginava ser apenas um exame rotineiro logo apontou o início de uma batalha assustadora: Fernanda foi diagnosticada com um Linfoma de Hodgkin estágio 2, um tumor cancerígeno que se instala nos glóbulos brancos.
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No Dia Mundial da Conscientização sobre Linfomas, a comunicadora revela que, antes do diagnóstico, pouco sabia sobre a doença que a acometeu: “Tinha noção de que muita gente lutava contra o câncer, mas achava que pela falta de histórico da minha família isso não aconteceria comigo”.
Celso Matsumoto, onco-hematologista e coordenador da Unidade de Transplantes de Medula Óssea do Hospital 9 de Julho, confirma que o desconhecimento de Fernanda a respeito da doença não é exatamente incomum. Segundo o médico, 20% dos pacientes que passam pelo seu consultório não sabem nada sobre a doença ou a conhecem com pouca profundidade, o que muitas vezes implica no retardo do diagnóstico.
"O mais importante é destacar que há um percentual de cura quando o diagnóstico é precoce. Por isso, é fundamental manter atenção aos sinais do corpo", alerta o médico.
Entre os sintomas mais comuns do linfoma estão o aumento dos linfonodos, perda de peso excessiva, fadiga e sudorese. Exceto pelo caroço, os sinais do câncer não se manifestaram em Fernanda, e ela reconhece que a descoberta aconteceu “por pura ansiedade”.
“Pesquisei na internet e apareceram mil coisas, mas não imaginava que fosse câncer até a médica me pedir uma papelada de exames. Quando recebi o diagnóstico, achei que minha vida se tornaria o câncer, mas foi um alívio conversar com outras pessoas que travaram a mesma batalha e perceber que, dentro do possível, dava para viver e trabalhar normalmente.”
A preocupação excessiva funcionou como um alerta. Por ter descoberto o linfoma em estágio inicial, Fernanda passou por menos de um semestre de quimioterapia.
“Alguns médicos teriam optado por um tratamento mais extenso, mas o meu também levou em conta a toxicidade da quimioterapia. Tive a sorte de contar com ótimos profissionais, mas com certeza o diagnóstico precoce me ajudou. ”
De férias no Havaí, Fernanda e o marido comemoram a cura da doença
ReproduçãoEm abril deste ano, a remissão chegou para a jovem quase como um final feliz repentino. Após três ciclos totalizando seis sessões de quimioterapia, a brasileira descobriu que não precisaria voltar para próximas sessões. “Tudo o que eu posso expressar agora é gratidão”, escreveu ela nas redes sociais, agradecendo ao marido, família e amigos. Dos meses de quimioterapia, choro e incerteza, Fernanda levou apenas o aprendizado.