Espaço cultural no Imirim pode ser transformado em estacionamento de viaturas da Polícia Militar
ReproduçãoApós denúncia feita pelo R7, o deputado estadual Carlos Giannazi (Psol) irá interceder para evitar que o Centro Cultural Chora Menino seja expulso pela PM (Polícia Militar) de um espaço cedido pela corporação, no Imirim, zona norte de SP, onde está instalada também uma base comunitária.
Entre as ações do deputado estão a convocação do comandante-geral da PM, Ricardo Gambaroni, e do secretário estadual de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, para que prestem esclarecimentos sobre o caso na Comissão de Direitos Humanos da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), e o acionamento do MP (Ministério Público), para que represente o centro em busca da preservação do espaço.
As reivindicações começarão a ser feitas a partir de segunda-feira (1º), quando a Alesp volta do recesso.
Giannazi conta que teve acesso ao problema após a publicação da reportagem e que pretende fazer o possível para manter o espaço funcionando no local, onde está instalado há sete anos.
— A ONG faz um trabalho sério e está ameaçada pela truculência da polícia.Vamos pressionar o Governo do Estado de São Paulo para manter esse espaço que tem uma função social importante. O centro tem que ser homenageado, já que cumpre uma função do Estado, que é levar cultura e educação para a juventude. Além de não funcionar com recursos públicos, ainda é banida? É uma grande contradição.
O imbróglio começou, segundo o idealizador do projeto, o professor de artes marciais Márcio Roberto Tom, com a chegada de um novo capitão à base em dezembro de 2015. De acordo com a denúncia do professor e de mães de alunos, o centro passou a ser alvo de desrespeito por parte de alguns policiais e foi se tornando também, aos poucos, garagem para viaturas velhas. Fotos enviadas ao R7 mostram viaturas estacionadas próximos às áreas de aulas e marcas de pisadas de coturnos sobre o tatame onde são ministradas as aulas de artes marciais.
A PM alega, em nota, que, além de precisar do espaço de volta para servir de estacionamento e para uso interno da corporação, o local passará pela retirada de material remanescentes de um antigo posto de combustível que funcionava no local e essa situação poderá gerar risco às pessoas.
O professor Márcio refuta a afirmação de que o local é perigoso e afirma que não vai desistir do espaço, que passou por uma estruturação ao longo dos anos, graças às doações da comunidade para a ONG.
— É um terreno que na frente funciona a base comunitária e nos fundos o centro. Tem duas entradas, uma na frente e outra atrás do lote. Queremos ficar no espaço coberto, porque quem conseguiu a cobertura fomos nós. E se existe risco para nós, existe risco para os policiais também. Não faz sentido sairmos e eles ficarem