Luciana Mello vai soltar a voz com o repertório de seu mais recente trabalho, o CD Na Luz do Samba, em show nesta terça-feira (12) em São Paulo. Em bate-papo com o R7, a cantora avalia a receptividade dos fãs ao longo dessa turnê.
— Tem sido muito legal, o público recebeu muito bem. É um projeto que eu comecei fazendo por financiamento coletivo, então o público já sabia da ideia, muita gente colaborou, foi bem legal. Estamos fazendo shows pelo Brasil, graças a Deus tem sido bem bacana.
Pela primeira vez, Luciana gravou um disco 100% dedicado ao samba, um sonho do pai, Jair Rodrigues, que foi concretizado após a morte do cantor — ele faleceu em 2014. A “mudança” no ritmo musical, segundo ela, foi natural.
— Quando as pessoas conheceram meu trabalho, em 2000 com Assim Que Se Faz, era uma coisa mais pro lado pop, black music. Mas quem ia aos shows e acompanhava minha carreira, sabia que o samba estava sempre presente em muitos momentos, que isso não era uma novidade. Então, não foi um choque. No disco, a gente também não consegue colocar todas as músicas que leva para estrada, mas quem me conhece sabe que meu amor ao samba sempre existiu.
A cantora também falou sobre o tributo para Jair.
— A gente falava sobre isso há muito tempo, ele falava: "Eu quero aquele CD de sambão seu" (risos). E eu falava pra gente fazer, mas surgia outra coisa, um DVD, um disco, acabou que não tinha saído, mas acho que tudo tem sua hora. Eu digo que é uma homenagem, porque muita gente participou da vida dele e ele também participou da vida de muitas pessoas. O CD tem três músicas do meu irmão (Jair Oliveira), a música que abre o disco (Estrela Sorridente) também é uma homenagem, porque foi escrita pelo filho e cantada pela filha para o pai.
No show, Luciana também canta músicas de outros nomes da música brasileira como Arlindo Cruz, Alcione, Zeca Pagodinho, como uma forma de homenagem. Sobre Arlindo, internado desde março deste ano após sofrer um AVC, Luciana diz que segue em orações para sua recuperação.
— Ele sempre foi querido da família, um grande amigo do meu pai, em 1983 ele gravou com meu pai a canção Somente Sombras... é um parceirão da família mesmo. Quando eu resolvi gravar essa música, eu falei com ele, ele ficou todo contente. Ele ficou muito emocionado também ao ver minha filha cantando, ele falou: “Eu vi você desse tamanho cantando”. A gente está em oração para ele e pra família, é um grande nome da música, muito querido.
A cantora e o irmão não são os únicos da família a seguir na carreira artística por influência do trabalho do pai. Luciana revela que os filhos, Nina, 7, e Tony, 3, também adoram música.
— Eles cantam o dia inteiro (risos). Eu brinco: "Poxa, vida, não tem vai ter médico na família?" (risos). É brincadeira!. O que eles quiserem fazer, a gente vai dar apoio, para estudar, trabalhar com música... com nossos pais foi assim também. Eles têm contato com a música e com ótimos compositores como eu tive, mas eles têm liberdade. O que eles decidirem, vai ser lindo.
A primogênita já mostrou que o talento vem de berço. Ela dividiu o microfone com a mãe no single Roda de Baiana.
— Ela que escolheu a música. Quando você está nessa fase de fazer o disco, fica ouvindo muitas músicas. Aí, eu ouvi ela cantando no banheiro essa música e ela perguntou: "Você vai cantar essa, mãe?". Eu falei: "Agora vou ter de cantar" (risos). Eu perguntei se ela queria cantar junto, ela ficou muito animada, fomos no estúdio gravar... agora, ela ela está um pouco mais tímida. Ela fala que se tiver muita gente no show, ela não vai cantar (risos). Mas ela quer ir sempre, gosta de acompanhar...
Serviço
Luciana Mello - Na Luz do Samba
Data: 12/09 (terça-feira)
Local: Teatro Porto Seguro (Al. Barão de Piracicaba, 740, Campos Elíseos)
Horário: 21h
Ingressos: R$ 100 plateia / R$ 80 balcão/frisas
Informações: (11) 3226-7300