Operária reclama da atuação da empresa
Record MinasSem outra opção por ser a única mulher da obra, Marcia Aparecida Dutra usava o vestiário masculino para se trocar quando os outros funcionários iam embora. Até que descobriu que o chefe a observava por um buraco na parede.
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A operadora de empilhadeira decidiu processar o ex-patrão por assédio moral e ganhou em duas instâncias na Justiça o direito a receber R$ 10 mil de indenização além das verbas trabalhistas. Mas não há data para o pagamento: a empresa recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
— Eu estava trocando de roupa. Quando tirei a blusa e me virei, eu vi o olho dele. Abri a janelinha e ele fez uma piadinha.
Diante da atitude, procurou uma advogada e denunciou o caso aos colegas. Mas não recebeu o apoio que esperava do empregador.
— Eu fiquei doente, deprimida, tomando remédio para dormir. A postura da empresa não foi boa comigo. Poderia ter me apoiado, porque a política é colocar o funcionário em primeiro lugar, e comigo não foi assim.
A advogada Flávia Leocádio representou Maria Aparecida no processo.
— O pedido foi de rescisão indireta do contrato em decorrência do assédio moral, além da indenização por danos morais. A empresa recorreu, o Tribunal manteve a sentença e a empresa recorreu para a 3ª instância.
Apesar da falta de previsão para receber, a operária não desiste do processo:
— A justiça tem que ser feita, independente se demorar ou não, causar transtorno ou não.
A defensora alerta que quem se sentir ofendido não pode ter vergonha de denunciar:
— Procure seus direitos. A Constituição garante o direito à privacidade e à intimidade. Se se sentir humilhada, em situação vexatória, não abra mão.