Partido Trabalhista pede identificação de carências no país
ReutersApesar de ter sido aprovado em referendo, o Brexit continua dividindo do Reino Unido. Os opositores buscam alternativas para diminuir o impacto da nova lei. O Partido Trabalhista, por exemplo, temendo que ocorra um prejuízo à produção do país, direciona sua visão para controles de imigração após o Brexit.
Conforme noticiou o The Independent, o partido sugeriu que a migração poderia ser controlada por um "mix sob medida" de permissões de trabalho, vistos e patrocínio de empregadores. O líder do partido, Jeremy Corbyn, afirmou:
— À medida que saímos da União Europeia, porque é por isso que votaram as pessoas, só o Partido Trabalhista vai negociar um acordo que preserve o emprego e o acesso ao mercado único, preserve os direitos e não mergulhe o nosso país numa corrida para o fundo.
Em manifesto, o partido diz que "não discriminará pessoas de diferentes raças ou credos". Mas ressalta que é preciso encarar a realidade de que "a liberdade de movimento terminará quando deixarmos a União Européia" e "o sistema de imigração britânico mudará".
Para a cúpula trabalhista, se o partido estivesse no governo, trabalharia "com negócios, sindicatos, governos e outros para identificar a escassez de mão-de-obra específica e transferir as habilidades necessárias para o local". Dentro de uma política de conformidade definida.
Neste sentido, Corbyn sugere que haja uma regra de renda mínima para cônjuges estrangeiros. E também pede identificação de carências, para que a separação do bloco não tire o dinamismo da economia.
— Independentemente dos nossos acordos comerciais, precisamos de novos sistemas de gestão da migração, transparentes e justos para todos. Trabalhando com empresas, sindicatos, governos e outros para identificar carências específicas de mão-de-obra e habilidades.
Brexit: um 'divórcio' que começa com (muito) mais perguntas que respostas
Ele ressalta a importância da união de vários setores para garantir os direitos adquiridos de cada um.
— Trabalhando juntos, instituiremos um novo sistema baseado em nossas necessidades econômicas, equilibrando controles e direitos existentes. Isso pode incluir patrocínio de empregador, permissões de trabalho, regulamentos de vistos ou um mix feito sob medida de todos esses que funcionam para muitos.
A primeira-ministra conservadora, Teresa May, garante que a Grã-Bretanha terá "controle" de suas fronteiras e que a livre circulação terminará. Sem dar detalhes, o governo descartou o sistema de imigração baseado em pontos prometidos pelos ativistas da campanha.
Isso preocupa ainda mais os trabalhistas, conforme as palavras de Corbyn.
— Somente o Partido Trabalhista tem um plano para fazer o Brexit trabalhar para as pessoas comuns. Nós somos claros: a escolha é agora por um Brexit que põe empregos primeiramente, ou um Brexit de conservadores, que seja engrenado aos interesses de uma minoria, e arrisque fazer da Grâ-Bretanha um poço de imposto e do salário baixo.