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O protesto do MPL (Movimento Passe Livre) desta sexta-feira
(25) teve o maior número de detidos desde as manifestações de junho, contra o
aumento da tarifa do transporte público em São Paulo. Ao todo, 92 pessoas foram
levadas à delegacia — sendo que um foi preso. O comandante da PM na região central da capital, coronel
Reynaldo Simões Rossi, e um soldado, assistente dele, foram agredidos por alguns
integrantes do ato. O terminal Parque Dom Pedro 2º e agências bancárias foram
alvos de vândalos
Reportagem: Fernando Mellis, do R7
Eli Simioni /CPN/Sigmapress
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A PM informou que o coronel (foto) teve a clavícula quebrada
e escoriações no rosto e na cabeça. A arma dele, uma pistola .40, e um radiocomunicador
foram levados. O oficial foi levado ao Hospital das Clínicas. Em nota, a corporação classificou o ataque o comandante como "covarde"
Eduardo Enomoto/R7
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O policial estava no terminal Parque Dom Pedro 2º quando foi
agredido. O local havia sido ocupado durante o protesto, que pedia melhorias no
transporte público. Houve tumulto e 18 caixas eletrônicos foram depredados
Nelson Almeida/AFP
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Em meio à confusão dentro do terminal, passageiros corriam sem saber para onde ir. Um ônibus chegou a ser incendiado
Nelson Almeida/AFP
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O fogo só não consumiu o coletivo porque funcionários do terminal apagaram o incêndio com extintores. Um motorista de ônibus teve a carteira levada por um grupo de mascarados
Cristiano Novais/CPN Sigmapress
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Vários ônibus e colunas do terminal foram pichados
Fernando Mellis/R7
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Os 18 caixas eletrônicos ficaram completamente destruídos
Fernando Mellis/R7
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Um posto de recarga de celulares foi assaltado. A funcionária foi rendida por um grupo de mascarados, que levou todo o dinheiro do caixa: cerca de R$ 1.500
Fernando Mellis/R7
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Enquanto tentava acalmar a funcionária, o empresário João Aurélio observava o estrago que assaltantes fizeram no posto de recarga de celulares que ele possui dentro do terminal Parque Dom Pedro 2º. Ele estima que o prejuízo chegue a R$ 20 mil, entre o que foi levado os danos causados.
— Já chegaram pedindo dinheiro. Falaram, “é melhor você abrir e sair daí, se não você vai se machucar”. Ela [funcionária] ficou congelada, um monte de gente balançando a cabine. E aí começaram a quebrar os vidros, com ela dentro. Depois ela abriu a porta para sair, duas meninas mascaradas puxaram ela para fora e o resto levou o que tinha
Fernando Mellis/R7
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As catracas do terminal foram arrancadas durante a confusão
Fernando Mellis/R7
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As bilheterias só não foram mais danificadas porque possuem vidros blindados
Fernando Mellis/R7
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Na avenida da Liberdade, uma agência bancária teve o vidro quebrado
Fernando Mellis/R7
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A mesma situação se repetiu em diversos bancos na região central
Fernando Mellis/R7
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A manifestação liderada pelo MPL (Movimento Passe Livre), grupo que deu início aos grandes atos que tomaram as ruas do País em junho, começou por volta das 17h, no Teatro Municipal, centro de São Paulo
Eduardo Enomoto/R7
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Esse foi o quarto ato organizado pelo movimento, na semana de luta por transporte público. Uma das causas dos protestos foi o corte de diversas linhas que ligavam o centro à periferia
Eduardo Enomoto/R7
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Os outros três aconteceram na zona sul da cidade. O de segunda-feira aconteceu no M’Boi Mirim, o de quarta, no Grajaú, e o de quinta-feira, no Campo Limpo.
Eduardo Enomoto/R7
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Os organizadores definem a manifestação desta sexta-feira (26) como “um ato por um
transporte realmente público que atenda às necessidades de toda a
população”
Eduardo Enomoto/R7
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Segundo um dos representantes do MPL, Marcelo Hotimsky, a principal queixa da população da zona sul tem sido o corte de linhas de ônibus e alterações dos itinerários.
— A própria construção do terminal Campo Limpo foi um marco forte nesse sentido, já que antes dele, os ônibus iam até mais fundo na zona sul. Agora eles param antes, as pessoas precisam descer, pegar dois ônibus, pagar duas vezes, os ônibus são sempre lotados
Eduardo Enomoto/R7
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Os manifestantes começaram o ato em clima descontração. Uma banda e pessoas vestidas de palhaço acompanharam a caminhada
Eduardo Enomoto/R7
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Na saída do túnel do Anhangabaú, eles chegaram a pintar a frase "Tarifa Zero" no chão, na saída do túnel do Anhangabaú
Eduardo Enomoto/R7
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A manifestação chegou a reunir mais de 1.000 pessoas, contudo a PM não confirmou esse número
Eduardo Enomoto/R7
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Um efetivo de 800 policiais militares foi deslocado para o evento. Eles foram divididos em três grupos: um que acompanhou os manifestantes, outro que se dirigiu à avenida Paulista e o terceiro, na praça da Sé
Eduardo Enomoto/R7
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Apesar do reforço na Paulista, os manifestantes afirmaram que não iriam caminhar em direção à avenida. O grupo se manteve apenas na região do centro
Eduardo Enomoto/R7
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O corredor Norte-Sul chegou a ficar fechado por cerca de meia hora, no sentido zona sul
Eduardo Enomoto/R7
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A caminhada foi pacífica até a chegada ao Parque Dom Pedro 2º
Eduardo Enomoto/R7
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Uma catraca de madeira, com cerca de 2,5 m de altura foi queimada após a saída do túnel do Anhangabaú. O MPL repetiu a ação dentro do terminal
Eduardo Enomoto/R7
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Multidão chegou a interditar as avenidas São João, Prestes Maia, 23 de Maio, Brigadeiro Luís Antônio, além de outras vias da região central
Eduardo Enomoto/R7
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A catraca, símbolo de luta do MPL, que propõe transporte público gratuito, foi carregada durante toda a manifestação
Eduardo Enomoto/R7
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O MPL liderou os protestos que fizeram com que as tarifas do transporte público voltassem a custar R$ 3 em junho. Em agosto, eles voltam às ruas em um grande ato após a denúncia de corrupção nas licitações do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Há dois meses, o movimento não fazia uma manifestação no centro de SP
Eduardo Enomoto/R7