Roman Polanski, de 86 anos, nega a acusação de estupro
ReutersO diretor de cinema franco-polonês Roman Polanski decidiu nesta quinta-feira não comparecer à cerimônia do Cesar Awards em Paris, na sexta-feira, em meio a críticas após seu novo filme liderar as indicações ao prêmio, apesar de várias acusações recentes e passadas de violência sexual.
O cineasta lançou seu filme "O Oficial e o Espião" na França no ano passado, dias depois de uma atriz francesa o acusar de estuprá-la em 1975, aos 18 anos, durante férias de esqui em Gstaad, na Suíça.
Polanski, de 86 anos, negou a acusação.
"Os ativistas já estão me ameaçando com um linchamento público", disse Polanski em comunicado, acrescentando que queria proteger sua equipe e sua família.
Grupos feministas criticaram as indicações ao filme de Polanski no Cesar Awards, o equivalente francês ao Oscar, e pediram um boicote ao filme.
A notícia surge na sequência de um veredicto de culpa declarado contra o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein, que foi um marco para o movimento #MeToo. Ele foi considerado culpado de agredir sexualmente uma ex-assistente de produção e de estuprar uma ex-aspirante a atriz.
O movimento #MeToo inspirou as mulheres a apresentar relatos de abuso sexual por homens poderosos nos campos do entretenimento, negócios, mídia, política e outros.
Em meados de fevereiro, a direção da Cesar Academy se demitiu em massa depois de semanas de controvérsia centrada em Polanski e nas 12 indicações para seu filme.
O ministro da Cultura da França, Franck Riester, pediu que a academia agisse democraticamente, e a ministra da Igualdade, Marlene Schiappa, também condenou a decisão de indicar o filme de Polanski.
O diretor fugiu dos Estados Unidos depois de se declarar culpado em 1977 de fazer sexo ilegalmente com uma menina de 13 anos em Los Angeles.
(Reportagem de Matthieu Protar)
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