Típicas do Chiloé, construções em palafitas, em Castro, abrigam lojinhas e cafés charmosos
ThinkstockEntre o que aprendi nas Ilhas Chiloé está o filosofia praticada pelos chilotes, nome dado à população local: "Quien se apura pierde tiempo" (o apressado perde tempo). E eu, que estava sempre afobada, forcei-me a desacelerar.
Não é difícil acalmar a alma no Chiloé. O arquipélago chileno com 30 ilhas fica no sul do país, na Região dos Lagos, lindíssima, com vulcões, fiorde e animais marinhos facilmente vistos nas travessias de balsas, como lobos-marinhos e pinguins.
Chega-se por Puerto Montt e Puerto Varas, de onde se tem uma vista fantástica para o vulcão Osorno (veja no infográfico abaixo como chegar). Recomendo uma parada estratégica em Puerto Varas, para fotos do lago e vulcões, ou talvez um banho de piscina e ofurô com vista para eles.
Chilotes pensam no agora e não se cansam de contar sobre as lendas, seres mágicos que rondam a região. Um dos mitos é o Trauco, homenzinho mal-intencionado que seduz jovens indefesas.
Trauco vive nas florestas chilotes à espreita das moçoilas. Uma vez rendida e apaixonada, está explicado o porquê certas jovens aparecem grávidas, do nada.
Ele e outras lendas curtem se esconder no Parque Nacional do Chiloé. No meio da Isla Grande de Chiloé, rios e lagos contornam os bosques de mata nativa. Há uma trilha de uma hora e meia toda estruturada pela mata para a visita.
Indicada para qualquer idade. Árvores centenárias contornam a trilha:
Palafitas e arquitetura protegida pela Unesco
Por trás da palafitas, cafés e lojinhas charmosas pedem a visita
Andrea Miramontes/R7
Em Castro, maior cidade e capital do Chiloé, estão as palafitas coloridas que viraram cartão-postal. Casinhas pitorescas construídas sobre as águas resistiram ao tempo e a terremotos.
Antigamente, elas existiam em todo Chiloé, mas muitas foram levadas derrubadas por terremotos.
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As de Castro permaneceram, pela posição geográfica da cidade. As construções coloridas sobre as águas atraem fotógrafos do mundo todo e abrigam hotéis, cafés e lojinhas descoladas.
A arquitetura das construções chilotes é um show à parte. Casinhas de madeira com tejuelas, que parecem escamas, dão o tom de décadas passadas nas ruas das ilhotas.
Para se hospedar, locais especiais ficam no meio da mata, ou de frente para o fiorde de Castro, como o Centro de Ócio, que segue a arquitetura local com uma releitura moderna.
Das mais de 200 igrejas que foram construídas nas ilhas, 16 são declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco. São algumas das construções em madeira mais antigas do mundo.
Feitas no séculos passados, têm uma arquitetura única que se tornou parte da cultura. Algumas foram reconstruídas.
Em Castro, igreja colorida é uma das protegidas pela Unesco
ThinkstockNas ilhas é possível fazer a “Ruta de las Iglesias de Chiloé”, uma viagem na história do povoado. Duas imponentes, entre as protegidas pela Unesco, estão em Castro e Achao, de 1764.
Outra curiosidade local é a comida. Na culinária, não deixe de provar curanto, prato com marisco, carnes e batatas colorias preparados em um buraco no chão com pedras quentes.
De sobremesa, experimente a torta de murta, frutinha típica dessa região (veja na foto abaixo)
O preparo do curanto demora mais de uma hora e é feito em uma sala externa construída especialmente para essa refeição em família.
Mais um excelente e delicioso motivo para reunir-se e deixar a pressa de lado, bem ao estilo chilote. Mesmo que você seja vegetariano, como eu, e prove saladas com as batatas.
O processo e amor no preparo da refeição já valem seu mergulho nos costumes chilotes.
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