Coronel Reynaldo Simões Rossi é agredido por manifestantes
Eli Simioni /CPN/SigmapressO protesto que tomou as ruas do centro de São Paulo, no fim da tarde desta sexta-feira (25), terminou em confusão e atos de vandalismo. Parte dos manifestantes invadiu o terminal Parque Dom Pedro 2º e destruiu bilheterias, 18 caixas eletrônicos, alguns ônibus, além de roubar um quiosque de recarga de celular.
Durante a invasão do terminal, o coronel da Polícia Militar Reynaldo Simões Rossi — comandante do policiamento no centro de SP — e o auxiliar dele foram agredidos. De acordo com a polícia, a pistola calibre .40 e o rádiocomunicador do oficial foram roubados. Rossi foi levado ao Hospital das Clínicas com a clavícula quebrada e escoriações no rosto e na cabeça.
Ainda de acordo com a PM, as colunas do terminal foram pichadas e cerca de R$ 1.500 foram levados de uma cabine. A Subprefeitura da Sé também teria sido alvo de um grupo de manifestantes.
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Durante a confusão, a PM usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes que voltaram a se reunir, em menor número, na praça da Sé. Mais uma vez, houve ação da polícia e a Tropa de Choque foi acionada. Ao todo, 78 pessoas foram detidas e levadas para o 2º DP (Bom Retiro) e para o 78º DP (Jardins). Nesse último, havia dois adolescentes.
O protesto, que foi liderado pelo MPL (Movimento Passe Livre), começou por volta das 17h em frente ao Teatro Municipal, no centro da cidade. O clima dos manifestantes era de paz, com banda e pessoas vestidas de palhaço, mostrando indgnação com as condições do tranporte público na capital.
Quando o grupo começou a andar, algumas vias importantes, como a avenida São João e a avenida 23 de Maio foram bloqueadas. Duas catracas gigantes foram incendiadas, em referência à principal reivindicação do grupo, que é o fim da cobrança de tarifa.
Prejuízo de R$ 20 mil
Enquanto tentava acalmar a funcionária, o empresário João Aurélio observava o estrago que assaltantes fizeram no posto de recarga de celulares que ele possui dentro do terminal Parque Dom Pedro 2º. Ele estima que o prejuízo chegue a R$ 20 mil, entre o que foi levado os danos causados.
— Já chegaram pedindo dinheiro. Falaram, “é melhor você abrir e sair daí, se não você vai se machucar”. Ela [funcionária] ficou congelada, um monte de gente balançando a cabine. E aí começaram a quebrar os vidros, com ela dentro. Depois ela abriu a porta para sair, duas meninas mascaradas puxaram ela para fora e o resto levou o que tinha.
Reivindicações
O protesto desta sexta-feira encerrou a semana de lutas pelo transporte público do Movimento Passe Livre. Outros três atos aconteceram no Grajaú, Campo Limpo e no M’Boi. Segundo um dos representantes do grupo, Marcelo Hotimsky, a grande queixa da população da zona sul tem sido o corte de linhas de ônibus e alterações dos itinerários.
— A própria construção do terminal Campo Limpo foi um marco forte nesse sentido, já que antes dele, os ônibus iam até mais fundo na zona sul. Agora eles param antes, as pessoas precisam descer, pegar dois ônibus, pagar duas vezes, os ônibus são sempre lotados.
Ele ainda reforça que o MPL deverá continuar os protestos em regiões onde houver alterações nas linhas.
— A ideia é justamente continuar com elas [manifestações]. A zona sul já começou. Lá esse corte [de linhas] aconteceu há um tempo. Essa política que tem sido feita já existe há um bom tempo, mas agora a gente está conseguindo se mobilizar melhor contra ela. Agora, na zona leste estão cortando diversas linhas e a gente vai começar a trabalhar. A ideia é se espalhar por toda a cidade.