Professores oferecem aulas de yoga e meditação pela internet
Ethel Braga/Reprodução/InstagramProfissionais de diferentes áreas têm se mobilizado para continuar oferecendo seus serviços à distância, desta vez, com outro propósito: ajudar a população a enfrentar o período de quarentena.
A preocupação com as consequências do isolamento fez com que a professora de meditação e terapeuta integrativa, Tamira Marinho, repensasse a importância do coletivo no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
A terapeuta passou a ofecerer seu trabalho em lives gratuitas no Instagram, como incentivo para que as pessoas passem por esse período de maneira mais saudável. Para ela, a meditação pode ser um instrumento acessível de autoconhecimento.
— A gente não sabe quanto tempo essa quarentena vai durar, mas sabemos que é nossa responsabilidade cuidar de nossa saúde mental e física. Nesse momento, em que a gente tem informações que trazem muito medo, muita ansiedade e insegurança, a capacidade de poder agir de um lugar mais consciente é muito importante.
Exercício físico
A advogada Júlia Junqueira, de 24 anos, é uma das pessoas que encontrou, nas aulas virtuais, uma saída para seguir se exercitando.
Trabalhando em casa desde a última semana, ela alterna práticas de crossfit e yoga seguindo as gravações de seus professores via rede social. Além da companhia da mãe e da irmã, Julia conta até com amigas, que realizam vídeochamadas para praticarem exercícios juntas.
— É o meu momento de prazer do dia. Em casa, a gente vai ficando refém e, se não pratico nada, fico muito mais nervosa e ansiosa. Lógico que [a prática das aulas da internet] não é igual, mas tem sido uma boa saída para não ficar parada.
As aulas de Janaina estão no Youtube
Reprodução/YoutubeFoi pensando nisso, também, que a professora de pilates, Janaina Ornelas, decidiu transmitir, semanalmente, suas aulas nas lives e, depois, postá-las no Youtube, para os alunos que não puderam acompanhar a prática ao vivo. A ideia é que, com a orientação da professora, as pessoas possam reproduzir os exercícios dentro de casa.
Janaina avalia que o momento de confinamento pode ter consequências sérias, principalmente para a população mais velha.
— Minha motivação é fazer com que as pessoas se movimentem, não fiquem paradas e, assim, melhorem a imunidade. O pilates é uma atividade que atende grande parte das pessoas, principalmente os idosos. Por ser um exercício leve e controlado, lubrifica as articulações, ajuda na qualidade do sono, no equilíbrio e reduz a ansiedade.
Apoio psicológico
Seguindo às recomendações de reclusão para evitar o contágio do coronavírus, quem fica dentro de casa tem tentado adaptar a rotina entre o trabalho, a família e o entretenimento.
Para ajudar as pessoas que sentem insegurança neste momento, a psicóloga Juliana Silveira começou a oferecer atendimentos gratuitos pela internet.
Incentivada por uma ação da Santa Casa de Misericórdia de Barbacena, que convidou profissionais da área da saúde para trabalhar voluntariamente, a profissional defende a importância do acompanhamento psicológico.
— Não podemos acumular lixos mentais. Quando a vida normalizar, a população vai estar adoecida, não pelo coranavírus, mas, sim, mentalmente. Eu considero uma das piores doenças. Ter sido convidado a se confinar acaba acarretando crises de ansiedade ou até outras patologias, como depressão e compulsão.
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De acordo com a psicóloga, o ideal para pessoas que costumavam ter rotinas dinâmicas é mudar o foco: organizar o dia a seu favor, para manter a mente calma e preservar a saúde mental durante o período de isolamento.
É o que tem feito a estudante Luiza Loureiro, de 20 anos. Trabalhando de casa, ela teve que recorrer à agenda de papel para se organizar e não se perder durante a quarentena.
— Comecei a perceber que se eu deixo o home office como prioridade e não presto atenção nas outras coisas, eu nunca vou fazer. Estou aproveitando esse tempo com atividades que sempre estiveram na minha lista, mas eu nunca fiz. Ler um livro, fazer um curso online, praticar yoga todos os dias. E é tudo uma questão de organização. Vou colocando tudo na agenda para me policiar e isso até ajuda a manter a sanidade mental.
*Estagiária do R7 sob a supervisão de Pablo Nascimento