-
O R7 foi até a ocupação da Escola Estadual Caetanos de Campos, na região central de São Paulo, onde aconteceu uma assembleia geral dos alunos após a suspensão da reorganização escolar. A reportagem conversou com alguns estudantes para ver o que eles estão aprendendo com este movimento estudantil. Confira os relatos a seguir
Montagem/ Caroline Apple/ R7
-
“Tive uma outra visão do que é escola depois da ocupação”, Rafael Castro Cunha, de 18 anos, estudante da Escola Estadual Caetano de Campos
— A ocupação começou após os alunos se sentirem motivados depois que realizamos uma assembleia sobre o Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar de São Paulo). Aqui, nós aprendemos a revezar as tarefas, aproveitar as oficinas e se dedicar à alimentação. Nós sempre nos reunimos no fim do dia para fazer um balanço do que aconteceu e fazer uma previsão do que vai acontecer no dia seguinte. É muito gratificante participar da ocupação. Aqui, aprendemos a ter responsabilidade e, com o papel de liderança, também aprendi a como tratar com as pessoas. Tenho uma outra visão do que é escola depois de ajudar na organização. Percebemos, por exemplo, que as três mulheres da limpeza têm muito trabalho. Elas ganharam nosso respeito e queremos manter a escola limpa o máximo que pudermos. Queremos manter este controle conversando com os futuros alunos para que mantenham este respeito, que antes não existia. Os alunos passaram a se conhecer e a se unirCaroline Apple/ R7
-
“Aprendi mais na ocupação do que no dia a dia da escola”, Matheus Doná, 17 anos, aluno do 2º ano da Escola Estadual Moacyr Campos
— Tenho muito orgulho de fazer parte do que parece ser o maior movimento estudantil de São Paulo e tenho muito orgulho de fazer parte de algo que pode entrar para a história. É muito emocionante. Aprendi mais na ocupação do que no dia a dia na escola. Como liderança, aprendi a conviver com as pessoas, organizar e cuidar da escola, seja consertando carteiras ou capinando o mato. O modelo de educação atual é pré-histórico. A inserção da tecnologia é fundamental para acompanhar a realidade dos jovens. Todo movimento abriu a minha menteCaroline Apple/ R7
-
“É um espírito de luta que vamos levar para o resto de nossas vidas”, Thalia Letícia Brito Nascimento, 16 anos, aluna da Escola Estadual Doutor Américo Brasiliense, em Santo André
— Aprendi a criar responsabilidade sobre a escola e a zelar pelas suas instalações e alunos. Conviver 24 horas com os estudantes é diferente de conviver apenas 6 horas, como acontece em dias de aula. Você cria laços. É um espírito de luta que vamos levar para o resto de nossas vidas. Estamos fazendo história. É um ponto de esperança para o futuroCaroline Apple/ R7
-
“O governo doutrina o aluno e cria preconceitos”, Walliason Luan Ferreira Gonçalves, 17 anos, aluno da Escola Estadual Procópio Ferreira, em Campinas
— Já participei de outros movimentos, mas nunca um estudantil. Aprendi a lidar com personalidades diferentes, dificuldades e organização. Eu era um aluno isolado na escola, mas agora nos aproximamos e o acolhimento dos estudantes foi muito importante. O modelo de educação atual é muito precário. Não conseguimos abranger tudo o que acreditamos que devemos aprender. Outro ponto importante é que existem certo assuntos proibidos em sala de aula, como orientação sexual, identidade de gênero, religião e sexualidade. O governo doutrina o aluno e cria preconceitos quando não dá espaço para esses assuntos. Ele poda a nossa criatividadeCaroline Apple/ R7
-
“Nós vamos lutar por nossos direitos”, Matheus Henrique Bomfim da Silva, 16 anos, aluno da Escola Estadual Carlos Gomes, em Campinas
— A ocupação me ensinou que as pessoas podem nos surpreender e mostrar qualidades que nem imaginávamos que elas tivessem. Aqui, desenvolvemos a paciência e aprendemos a nos comunicar melhor. Eu acredito que seja unânime entre as escolas ocupadas o sentimento de união entre os alunos. Isso mostra que nós não seremos cidadãos que vão escutar as coisas e ficar quietos. Nós vamos lutar por nossos direitosCaroline Apple/ R7
-
“Nas escolas ocupadas, é fácil aprender a lidar com a diversidade”, Thalles Martins da Silva, 18 anos, aluno da Escola Estadual Jonatas Davi Visel Dos Santos, em Hortolândia
— Nas escolas ocupadas, é fácil aprender a lidar com a diversidade. A escola está funcionando melhor do que se estivesse sendo administrada pela direção. Mantemos a escola limpa e cuidamos do patrimônio público e da alimentação
Conheça o R7 Play e assista a todos os programas da Record na íntegra!Caroline Apple/ R7