Dólar fico a apenas R$ 0,06 da máxima histórica
Jose Luis Gonzalez/Reuters - 12.2.2018O dólar fechou em firme alta pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira (5), chegando a ficar a apenas R$ 0,06 da máxima histórica, com o mercado influenciado por fortalecimento de expectativas de cortes de juros e persistente desconforto do lado político doméstico.
Na sessão, a moeda norte-americana fechou em alta de 1,23%, a R$ 5,5902 na venda. Em 2020, o real já tem o pior desempenho mundial, em queda de 28,22%.
O dólar chegou a registrar leve queda no começo dos negócios, mas logo tomou fôlego e escalou ao longo de todo dia até fechar perto das máximas intradiárias.
No pico desta sessão, a moeda foi a R$ 5,6052, pouco mais de R$ 0,06 abaixo do recorde histórico para um encerramento — de R$ 5,6681 marcado no dia 24 de abril, quando os mercados operaram sob forte estresse depois do anúncio por Sergio Moro de sua saída do governo Bolsonaro.
Durante a tarde, as compras ganharam tração conforme o mercado absorvia informações sobre o depoimento do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.
No texto, Moro disse ter recebido uma mensagem do presidente Jair Bolsonaro em que ele cobrava a substituição do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Carlos Henrique de Oliveira.
"Dólar nas máximas, bolsa nas mínimas. Tudo com depoimento de Sergio Moro. Incerteza política fazendo preço novamente", disse Henrique Esteter, analista de research e equity sales na Guide Investimentos.
A incerteza no campo político voltou a recrudescer no mês passado, e analistas atribuem a isso parte da performance mais fraca do real.
Alguns profissionais avaliam inclusive que o aumento das tensões em Brasília pode ter seus efeitos para além do câmbio, impactando também as curvas de juros. Associado à piora da trajetória fiscal, o ruído poderia limitar o espaço para novos cortes de juros pelo Banco Central. Por ora, contudo, a aposta do mercado é de mais reduções, com a taxa Selic caindo mais 0,50 ponto percentual na quarta-feira e descendo até 2,75% ao fim do ano.