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Nesta segunda-feira (15), o ataque contra duas mesquitas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, completa um mês. O pior atentado da história do país, que deixou 50 mortos e 39 feridos, foi cometido por um australiano de 28 anos com laços com movimentos supremacistas. A agência Reuters foi à cidade para mostrar como vítimas e familiares de vítimas do massacre estão lidando com as consequências
Edgar Su / Reuters / 1.4.2019
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Imigrante vindo de Bangladesh, Mohammed Israfil Hossain trabalha como muezim (religioso que canta as orações para os fieis seguirem) na mesquita Al Noor. Ele mostra uma abertura no púlpito da mesquita, onde um menino de 3 anos se escondeu para escapar dos tiros durante o massacre
Edgar Su / Reuters / 1.4.2019
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O sobrevivente Farid Ahmed agradeceu o apoio que recebeu de sua comunidade, indo de porta em porta falar com seus vizinhos. Ele emocionou a Nova Zelândia durante uma cerimônia em homenagem às vítimas, quando disse que perdoou o assassino de sua esposa, Husna, porque não queria ter "um coração que está fervendo como um vulcão"
Racismo e discurso de ódio motivam ataque terrorista na Nova ZelândiaEdgar Su / Reuters / 24.3.2019
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Farid e Husna estavam na mesquita de Al Noor quando começou o ataque. Ele o viu pela última vez quando ela organizou a evacuação de dezenas de mulheres e crianças que estavam no templo. Como Farid é cadeirante, não pôde usar a mesma rota de fuga e achou que ficaria na mesquita para morrer. Foi, no entanto resgatado e soube, horas depois, que Husna tinha tentado voltar para retirá-lo do prédio e acabou sendo assassinada
Edgar Su / Reuters / 24.3.2019
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No dia do atentado, Sardar Faisal (o segundo da esquerda para a direita) chegou atrasado à mesquita, o que era algo raro. Por causa disso, estava dentro do banheiro do templo, se limpando antes das orações, e pôde se esconder quando o atirador abriu fogo. Ainda se sentindo culpado por ter sobrevivido quando tantos amigos morreram, ele diz que tem pesadelos e busca retribuir a sorte em estar vivo organizando eventos e ajuda para os sobreviventes
Edgar Su / Reuters / 31.3.2019
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O paquistanês Amir Daud mostrou à reportagem a conversa que teve com Sardar Faisal no momento do ataque. Ele avisou ao amigo para não ir à mesquita e Faisal explicou que estava escondido dentro do banheiro do templo. Amir e a esposa também chegaram atrasados para a oração e estavam do lado de fora quando os tiros começaram. Segundo ele, o atirador chegou a disparar uma rajada contra seu carro, mas eles se abaixaram e conseguiram escapar ilesos
Ataque na Nova Zelândia é transmitido ao vivo em redes sociaisEdgar Su / Reuters / 27.3.2019
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O iraquiano Hazem Mohammed, que há 41 anos trocou Bagdá por Cristchurch chegou a ser baleado e, para escapar, se fingiu de morto e ficou deitado no chão do templo, cercado pelos corpos de seus colegas de congregação. Em lágrimas, ele disse que o atirador ficou um bom tempo perto dele, mas que o episódio lhe deu "coragem". "Eu choro por dois motivos. Pelos meus amigos que se foram, choro de tristeza. Mas as outras lágrimas são de alegria, porque nasci de novo em 15 de março de 2019", contou
Edgar Su / Reuters / 26.3.2019
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Mark Rangi nunca havia rezado na mesquita de Al Noor. Morador de Sydney, na Austrália, ele foi ao templo apenas para rezar antes de pegar o voo de volta. No fim, saiu com ferimentos nas duas pernas, atingidas por estilhaços. Ele ainda não sabe quando vai poder voltar para a Austrália e nem mesmo se poderá voltar a trabalhar carregando bagagens no aeroporto de lá. "Não sei o que vou fazer ainda, mas quero ser independente. Mas sou grato por estar vivo e não ter tido mais ferimentos"
Edgar Su / Reuters / 26.3.2019
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O afegão Omar Nabi se emociona ao lembrar do pai, Haji-Daoud Nabi, uma das vítimas fatais do tiroteio. "Meu pai era a minha vida, ele fez de tudo por mim", relembrou ele. Em entrevista à Reuters, ele contou que seu grande objetivo agora é realizar o sonho de seu pai e construir uma pequena mesquita no terreno da família. "Será um pedaço do paraíso em Christchurch", afirmou
Idoso emociona a Nova Zelândia em ato por vítimas de massacreEdgar Su / Reuters / 31.3.2019
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A placa cor de rosa cercada de flores e símbolos de paz e espiritualidade traz uma espécie de lamento contra o atentado. "Essa é sua casa. E vocês deveriam estar seguros aqui", diz a mensagem. Ainda deve demorar um pouco para os sobreviventes realmente se sentirem seguros de novo, mas a esperança e a solidariedade seguem dentro dos moradores de Christchurch
Nova Zelândia aprova mudanças em lei de armas após ataqueEdgar Su / Reuters / 27.3.2019