Qual disco da dupla você ouve em casa?
DivulgaçãoAté entendo quem gosta da ideia de Sandy & Junior. Aquela coisa romântica de dois irmãozinhos filhos de um famoso cantor sertanejo que decidem seguir a mesma carreira e de tão fofinhos acabam se dando bem. Daí os irmãos crescem cantando, gravando discos, fazendo música e shows e seguem nessa vida durante muitos anos.
Beleza! Muita gente deve gostar dessa historinha de sucesso, deve se identificar, achar bonito e coisa e tal. Ok. Mas daí a realmente gostar da música que os dois fazem vai uma distância gigante, né?
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Na época em que eles eram crianças e tinham fãs crianças também é algo compreensível que a garotada gostasse. Músicas feitas por crianças para crianças sempre aconteceu e há um sentido nisso. O que não dá para entender bem é o que acontece a partir do retorno da dupla – ainda que por tempo limitado – que aconteceu no ano passado e que continua causando barulho até agora.
Sandy e Junior cresceram, assim como seu público, que já está aí na casa dos trinta e poucos anos. E a grande pergunta é: será que essas pessoas chegam em casa depois de um dia de trabalho, entram na sala e na hora de escolher um som para ouvir decidem mandar ver num Vamos Pular, num Dig Dig Joy ou em O Mundo Precisa de Vocês (Power Rangers)? Ainda tem Maria Chiquinha, Tô Ligado em Você e por aí vai.
Porque, vamos combinar, isso aí nem é música, né? É um som meio sem padrão feito para acabar com o silêncio em festas infanto-juvenis. Parar para ouvir uma música – ou um disco inteiro – de Sandy & Junior é mais ou menos a mesma coisa que colocar para tocar Mamonas Assassinas, Rouge, Polegar ou Menudo. Não é música de verdade, é um negócio qualquer lá pra escutar quando você passa com pressa na frente de uma loja, quando para no posto para encher o tanque ou coisa assim. Não para quando você diz para você mesmo “agora vou ouvir um disco/música”.
Isso tudo vale, obviamente, para a carreira da dupla Sandy & Junior. Seus trabalhos solos são diferentes disso e eles até tentam fazer música de verdade. Tem quem goste, tem quem não goste, mas, pelo menos, tem algo ali que se parecem com canções. Mas a fase infanto-juvenil, que todo mundo ama de maneira ardorosa, é qualquer coisa menos música.
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