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Mara Maravilha, uma figura marcante na história da televisão brasileira, começou com apenas oito anos de idade no meio artístico em programas infantis. Muito simpática, a apresentadora recebeu o R7 em seu apartamento com toda a alegria e disposição que sempre mostrou nas telas. Para explicar como foi o início de sua carreira, a apresentadora começou a cantar a música Foi Assim, composta para ela por Baby Consuelo.
— Essa música é da Baby Consuelo, ela compôs especialmente para mim. E foi assim, eu ainda muito criança sempre gostei de cantar, de luzes, câmera, ação. O meu nome mesmo é EliaMary, mas desde sempre, só sei que estão me chamando quando é Mara. Eu amo ser a Mara Maravilha
Colaborou: Ana Carolina BjornbergEduardo Enomoto / R7
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Com oito anos apresentou, na capital baiana, um programa infantil chamado Parquinho - Um Show de criança, na TV Itapoan. A apresentadora levou ao ar outras atrações, por essa mesma emissora, tais como Domingo Show de Criança, Vídeo Jovem e o Clube do Mickey. Aos doze anos de idade, Mara comandou na extinta TV Tupi, sob a direção de Wilton Franco, o programa Aqui Agora (O Povo na TV), ao lado de Wagner Montes, Christina Rocha e Sérgio Mallandro. Com 15 anos, a artista entrou para o SBT, com os programas Vamos Nessa, TV Power, Sessão Premiada, Preço Certo, Show de Calouros, e foi repórter especial do programa Viva a Noite, de Gugu Liberato. Mesmo com tantos trabalhos desde pequena, Mara afirma que não achava puxada e cansativa essa rotina.
— Não era difícil, porque a arte sempre foi divertida. A arte é divertida quando você não deixa como um fardo. Eu, ainda por cima, era criança e tudo é festa para criança. Quando o Silvio Santos me lançou, eu tinha acabado de completar 15 anos, foi quando eu vim para São PauloEduardo Enomoto / R7
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Mara sente que perdeu a infância, mas não se arrepende de nada.
— Até acredito que eu tenha perdido (a infância), mas tudo que eu ganhei compensa infinitamente mais. Só que é uma excessão, acho que a criança tem que viver a sua infância mesmo, mas eu nasci para ser a Mara Maravilha, então não vejo que isso veio a ser prejudicial. Só vejo o lado bom da situaçãoEduardo Enomoto / R7
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Além das músicas voltadas para o público intantil, a cantora sempre gostou de gravar músicas românticas ou mais Rock N Roll e por causa disso foi muito questionada. Sempre com a personalidade forte, a apresentadora passou por cima das críticas e continuou a fazer aquilo que queria.
— Às vezes vinham para mim e falavam: "Mara, você não pode gravar esse tipo de música, porque o programa que você faz é para criança". Eu gravava Rock N Roll, música romântica falando de amor, queria gravar as músicas que realmente me identificavaEduardo Enomoto / R7
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A mãe e a avó de Mara confeccionavam suas roupas e, após virar apresentadora, ela teve uma figurinista e sempre opinava na produção da roupa.
— Minha mãe e minha avó confeccionavam, bordavam, faziam crochê, sempre com brilho, porque a Mara Maravilha é luz. Depois tinha uma figurinista e eu que bolava tudo, como queria a roupaEduardo Enomoto / R7
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Mara participava ativamente da produção, não só das roupas, como das músicas.
— Participava em tudo, desde a música que eu ia cantar, a letra, se eu gostava do arranjo. Sempre fui muito ousada, muito de atitude, então tinha música que eu falava: "Não quero cantar ela lenta, quero cantar ela mais agitada". Eu cantava Gal Costa, Zizi Possi, Baby Consuelo, Michael Jackson. Quando era roupa também, eu falava: "Quero brilhosa, quero uma capa, quero essa cor". Como toda menina, mas no meu caso era uma menina muito querendo ser artistaEduardo Enomoto / R7
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Aos 26 anos de idade, a apresentadora foi se aventurar em terras estrangeiras. Mara apresentou por dois anos o Show Mara Maravilha na Argentina, na emissora CBA de Córdoba.
— Era um programa muito grande, feito em um ginásio e era negociado para outros países ali, Mercosul. Tinha um balé e uma estrutura muito grande, era auditório. Eu gosto disso, lido bem com multidão. Não tinha só a participação das crianças, mas também de adultos, os pais. Foi uma experiência incrívelEduardo Enomoto / R7
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Mara não achou difícil se comunicar com os argentinos e acredita que transmitir algo a outro ser humano vai muito além de idiomas ou nacionalidades.
— Os argentinos são bem calorosos, até tem um jargão que diz: "Te queremos". Quando se trata de ser humano, o que dá a liga é o amor, se você busca o amor quando você fala, quando quer transmitir, você não erra e consegue chegar no alvo. Lógico que eu como brasileira tenho essa coisa de a nossa pátria, mas se tratando de gente não é diferente. Acabei de vir da Europa, cantei e 40% do público era estrangeiro. Você vê que o essencial é o amorEduardo Enomoto / R7
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A oportunidade de ir para a Argentina surgiu no mesmo momento em que acusavam a apresentadora de ter feito macumba para Angélica. Muito chateada com as falsas acusações, Mara decidiu que o melhor seria deixar o país.
— Eu tive o convite de fato e, na época, era muita fofoca com o meu nome. Teve uma fofoca que nunca me desceu, a que eu fiz uma macumba para a Angélica. Fiquei muito revoltada com muitas calúnias e eu não tinha uma estrutura, porque antes de ser artista, sou ser humano e acho que o artista, para brilhar, não pode perder a base dele que é de ser um ser humano. O problema não era eu ir para lá, ou qualquer outro lugar, mas eu que tinha que ter essa estrutura dentro de mim. Hoje eu reagiria totalmente diferente, não iria nem me preocupar em me defender, porque o justo não se justifica. Na época eu fiz um escarcéu, processei, mas era aquilo que eu precisava fazer, as coisas mudam. Eu amadureci, cresci, mas continuo dizendo que Deus é justiça e ela foi uma vítima tanto quanto eu, porém eu fui a maior prejudicada. Mas, Deus é tão bom que recompensou de formas que eu acho muito mais recompensadorasEduardo Enomoto / R7
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Dois anos depois de ir para a Argentina, Mara retornou ao Brasil para apresentar, na Record, o Mara Maravilha Show, Domingo Maravilha e Mundo Maravilha
Eduardo Enomoto / R7
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Com o passar do tempo a apresentadora sentia falta de algo e resolveu se converter. Então, desde 1998 ela passou a cantar música gospel.
— Eu precisava que acontecesse isso. Com as roupas, os brilhos, as músicas, os flashes, eu ainda precisava de algo para me preencher, como até hoje eu continuo precisando. Minha necessidade e dependência de Deus continua a mesma. Nesses 18 anos de conversão e todos os momentos difíceis que passei, agora sei onde preencher todas as lacunas e onde ter meu alicerce, que antes eu procurava, mas não sabiaEduardo Enomoto / R7
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Mara também gravou quatro DVDs de música gospel voltados para o público infantil, Mara Maravilha para os pequeninos, e acredita que é muito positivo esse trabalho voltado às crianças.
— Eu não gosto da expressão religião, gosto da expressão Deus. A palavra diz: "Ensina a criança em que caminho deve andar e, quando crescer, não se desviará dele". Sou Mara Maravilha, tenho meu lado de criança vivo, isso é bíblico, o próprio Jesus falou: "Aquele que não guardar um coração de criança, não entrará no reino dos céus"Eduardo Enomoto / R7
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A cantora pretende lançar vários CDs em 2014, inclusive uma coleção que terá músicas de sucesso dela.
— 2014 vai ser um ano de resgatar o que eu realmente consegui criar. Vamos lançar uma coletânia gospel, o Mara Maravilha especial gospel e Mara Maravilha Colection, um remember colection que vai ter dois CDs com o repertótio romântico e outros dois com músicas mais agitadas, desde Rock até Olodum. No total vão ser quatro no remember colection. Estou muito animada para 2014Eduardo Enomoto / R7
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Além da música, ela quer lançar uma imobiliária e pretende criar um site sobre beleza e saúde.
— Sou empreendedora, para o ano que vem estou aberta a muitas parcerias no ramo de imobiliária. A gente vai lançar a imobiliária de parcerias, Mara Maravilha imóveis, com parceiros. Também estou nesse ramo de construção, vendas e locação de grandes espaços, tanto para igreja, supermercado, estacionamento. A gente está fazendo boas parcerias no ramo de imobiliária, mas estamos abertos a novos parceiros. Também quero passar a mensagem de beleza e saúde em um todo, corpo mente e espírito. Não adianta ter o corpo sarado e não ter nada na cabeça, ou achar que você é o filósofo e não consegue se cuidar. Por isso vou lançar um portal sobre isso, para levar a mensagem de beleza e saúde. Parecem muitas coisas, mas a mulher consegue pensar em muitas coisas ao mesmo tempoEduardo Enomoto / R7
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Mara também quer gravar um documentário sobre sua carreira e todas as dificuldades que já passou.
— Está muito embrionário ainda, veio só a ideia. Vai fazer um ano que minha mãe faleceu, preciso de parceiros, roteiristas, investidores que me ajudem a realmente fazer acontecer esse projeto, que tenho certeza que vai ser um grande sucesso. Esse documentário não seria sobre o glamour da vida de Mara Maravilha, depois de tudo pronto, não, é o que aconteceu para tudo ficar pronto, os bastidores da minha vida mesmo, não só a vida da artista. Vai ser um pouco na linha dos Dois Filhos de FranciscoEduardo Enomoto / R7