À beira da morte, uma ex-gerente de restaurantes de Bauru,
interior de São Paulo, luta para se recuperar de uma anorexia nervosa. Com 27
kg, ela buscou ajuda de uma médica da família e acabou sendo levada ao hospital
da região para passar por tratamento. Internada, ela recebe vitaminas e minerais
por meio de sonda para aumentar seu peso. Este ainda é o primeiro passo de um
longo tratamento para quem sofre deste transtorno alimentar
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De acordo com a mulher, que preferiu não se identificar, a
vontade de perder peso e ser magra começou ainda adolescente. Segundo ela, os
amigos tiveram sarro por ela ser um pouco mais “gordinha”.
— Me via gorda. Mas enfrentei a doença antes que fosse
tarde.
Depois de anos, mesmo com os ossos aparentes, a jovem conta
que não aceitava o corpo que tinha.
— Até chegar a não comer nada, comia bolacha de água e sal e
leite para dormir. E vomitava. Depois, eu comia bem pouquinho
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A mãe da paulistana conta que teve que vir do Rio de Janeiro
para cuidar da filha. Segundo ela, há anos a ex-gerente come muito pouco.
— Ela comia mamão e tomava água. Depois,
nem água mais ela tomava.
Segundo ela, a filha preferia ficar em pé
nos locais para não se sentar e mostrar a barriga.
— Duro ver sua filha em cima de uma cama e não
poder fazer nada
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Para o psiquiatra Fabrício Gimenes, pessoa que tem anorexia,
na maior parte dos casos, não se conforma com a massa corpórea que possui.
— A busca dessa realização que faz com que a pessoa anule a vontade
de comer
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Para a psiquiatra Vanessa Gimenez, o maior problema da
doença é que ela envolve fatores psicológicos.
— Esse é o maior problema. A pessoa não acha que está
doente, ela busca perfeição tão grande. Anorexia, muitas vezes, está associada
à depressão, ansiedade, problemas familiares
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Hoje, nem as roupas infantis que ela usa tamanho 10 servem
mais. Todas ficam largas em seu corpo. De acordo com a médica da família, a
ex-gerente está com quadro grave de desnutrição
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A anorexia nervosa é uma doença que mata 40% dos pacientes e o tratamento pode
levar anos