-
Ao longo de meio século, a rodovia mais polêmica do país coleciona histórias de vida, de morte, beleza e destruição. Além de algumas surpresas. Durante o trajeto, a equipe de reportagem do Câmera Record encontrou gente que vaga sem rumo, como esse andarilho, que dorme na mata e se alimenta do que as pessoas de passagem pela Transamazônica doam para ele
André Tal
-
Durante a jornada, o Câmera Record também flagrou a ação de serradores, que agem de forma ilegal derrubando árvores da Amazônia. "Quando a árvore cai, ela parece que dá um grito. Às vezes, fico sonhando com isso, de noite", revela o homem, que não quer se identificar. Na imagem, ele derruba uma faveira, uma árvore centenária original da floresta amazônica na região de Brasil Novo. Em cerca de meia hora, ela vem abaixo
André Tal
-
A viagem traz histórias de quem arrisca a própria vida para preservar a Amazônia. Na imagem, os bastidores de uma entrevista com Claudelice, irmã do ambientalista José Cláudio Ribeiro da Silva, morto ao lado da companheira Maria do Espírito Santo da Silva em 24 de maio de 2011, em Nova Ipixuna, no Pará
André Tal
-
Há dez anos, quando a Record TV exibiu uma reportagem especial dos 40 anos da Transamazônica, noticiou que José Cláudio estava marcado para morrer, o que aconteceu no ano seguinte. Hoje, quem recebe ameaças de grileiros e madeireiros é Claudelice. Na foto, ela está na estrada onde o irmão foi assassinado
André Tal
-
A família que ainda sofre pela perda de José Cláudio e Maria do Espírito Santo teme que Claudelice seja mais uma vítima de uma terra sem lei
André Tal
-
A beleza de uma pequena indígena com seu macaco de estimação contrasta com o descaso e o desrespeito histórico com sua tribo, a Tenharim. Quando os militares abriram a Transamazônica no meio da selva, foi como se passassem por cima de um povo que vivia isolado e, de uma hora para outra, viu sua área ser cortada ao meio para a estrada que apareceu. Até hoje, a região é alvo de disputas territoriais
André Tal
-
Cacique Manoel é um dos indígenas Tenharim que permanecem na região da Transamazônica desde que ela foi aberta pelos militares. Ele lembra que os índios viviam isolados na mata e tomaram um enorme susto quando, de uma hora para outra, surgiram aviões, que eles nunca tinham visto antes. O pior, porém, foi quando apareceram os tratores, derrubando tudo. O cacique conta ainda que muitos morreram à época, inclusive crianças, especialmente pelas doenças que foram levadas pelo homem branco
André Tal
-
Não é difícil encontrar pela Transamazônica famílias inteiras que circulam imprudentemente em cima de uma moto. Na foto, pai, mãe e uma criança de colo viajam de forma preocupante: a mulher e o bebê não usam qualquer proteção. Andar de moto sem capacete pela estrada é quase uma regra na região
André Tal
-
O perigo também está nas viagens de caminhão. A foto mostra uma das muitas carretas que frequentemente caem nos barrancos da Transamazônica. A estrada é considerada traiçoeira, com a presença de uma camada de cascalho, o que dificulta ainda mais a vida do motorista. Qualquer erro na direção pode ser fatal
André Tal
-
‘Bigode’, como é conhecido, saiu do Maranhão rumo à região Norte com um objetivo: tentar a sorte no garimpo. Ele está há oito anos em Itaituba, no Pará, e trabalha pesado sonhando com o dia em que vai ‘bamburrar’, expressão usada para dizer quando um garimpeiro encontra uma grande quantidade de ouro de uma vez para poder voltar para casa
André Tal
-
Enquanto a sorte ainda não sorri para ‘Bigode’, outros desfrutam da opulência do ouro. Na imagem, correntes e pulseiras do filho de um dos donos de garimpo da região de Itaituba, no Pará. Em um pequeno prato, ornamentos somam cerca de R$ 40 mil
André Tal
-
O repórter André Tal segura, sobre uma pequena folha de papel, o ouro do garimpo, em pó. A porção é pequena, mas o valor é alto: cerca de R$ 10 mil
Arquivo pessoal
-
Às margens da estrada, funcionam carvoarias clandestinas, onde carvoeiros trabalham em condições subumanas, muitas vezes em situação análoga à escravidão
André Tal
-
Ercília Soares Noleto, de 79 anos, é mais um rosto que simboliza os desmandos dos governantes com o povo amazônico. Ela teve a casa alagada por causa da construção da usina hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, e nunca mais recuperou suas terras. Hoje, sofre a amargura de ter que viver na cidade e não poder voltar para a roça, onde antes tinha tudo o que queria
André Tal
-
As chamadas agrovilas são comunidades ‘vizinhas’ da Transamazônica que remontam à construção da rodovia, em 1970. Colonos foram levados de várias partes do país para se estabelecer na região e muitos não se adaptaram à vida amazônica. Na imagem, um casal de descendentes dos primeiros colonos. Hoje, a pobreza e o abandono predominam nas comunidades locais
André Tal
-
Percorrer 2.000 km pela Transamazônica foi um trabalho exaustivo e perigoso para a reportagem. Na foto, o motorista da equipe, Didi, troca o pneu em uma situação bastante adversa, já que estavam em uma estrada vicinal por onde criminosos transportam madeira ilegal. Era preciso voltar para a estrada rapidamente, antes que qualquer perigo se aproximasse
André Tal
-
O estado do veículo e dos equipamentos da equipe de reportagem mostra o que é percorrer a Transamazônica durante um dia inteiro. Ao fim do trabalho, a poeira da estrada está impregnada em cada canto
André Tal
-
Mas a expedição pela Transamazônica também reserva momentos de rara beleza para a equipe de reportagem, como esse pôr do sol....
André Tal
-
Ou uma noite de lua cheia às margens do Rio Xingu
O Câmera Record vai ao ar todo domingo, a partir das 23h45, na tela da Record TV
Assista também: Transamazônica foi criada com o objetivo de libertar nordestinos da secaAndré Tal