Dianteira tem faróis integrados à grade e para-choque esportivo
Diogo de Oliveira/R7Lanternas ganharam lentes com efeito tridimensional
Diogo de Oliveira/R7Painel foi totalmente remodelado para transmitir sofisticação
Diogo de Oliveira/R7Central Discover Media tem Apple Carplay e Google Android Auto
Diogo de Oliveira/R7Volante veio do Golf e o quadro de instrumentos é 100% novo
Diogo de Oliveira/R7Suporte do painel tem tomada USB para carregar smartphone
Diogo de Oliveira/R7Renovar um carro veterano às vezes é mais complicado que trocar de geração. É o caso do Volkswagen Gol. Líder de vendas por 27 anos consecutivos, o hatch popular de repente se viu esvaziado de interesse. Com tantos rivais mais modernos, deixou de ser atraente e perdeu a liderança. Prova cabal são as vendas: em 2015, foi o sexto colocado no ranking nacional, perdendo para Chevrolet Onix, Fiat Palio, Hyundai HB20, Ford Ka. Um baita tombo, algo tinha de ser feito. Assim, nasceu este "novo Gol".
A palavra de ordem agora é conectividade. Embora tenha recebido uma mera plástica, o Gol 2016 apresenta mudanças profundas. Por fora, a dianteira ganhou a estética global, com faróis interligados pela grade e para-choque mais envolvente. Atrás, o destaque são as lanternas com efeito tridimensional, que lembram o conjunto ótico do Polo europeu. Mas a revolução mesmo está na cabine. Por dentro, o compacto é outro carro, ganhou painel com estética mais sofisticada, que justifica melhor as cifras.
A cereja do bolo são as centais multimídia Composition Touch e Discover Media. Estas oferecem ampla conectividade por meio de suas telas de 5 e 6,3 polegadas, respectivamente. A primeira tem Bluetooth, leitor de CD, entradas auxiliar, SD Card e USB, além da função App Concet com a plataforma Mirror Link, que permite operar aplicativos do smartphone no visor. Já a Discover Media tem tela maior, sensor de aproximação e as plataformas Apple Carplay e Google Android Auto.
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Enfim, três cilindros
A essa altura, mudar só o design não faria mais um verão. Sendo assim, para arrematar a reforma, a Volkswagen trocou o velho 1.0 TEC de quatro cilindros pelo moderno 1.0 tricilíndrico já disponível no Up e no Fox. Os números de desempenho dos dois motores nem diferem tanto: o 1.0 antigo entregava 72/76 cv a 5.250 rpm e 9,7/10,6 kgfm de torque a 3.850 rpm; e o novo produz 75/82 cv a 6.250 rpm e 9,7/10,4 kgfm entre 3.000 e 3.800 rpm. A diferença se dá ao volante e no consumo.
Além de mais econômico, o Gol com o 1.0 de três cilindros é bem mais esperto em todas as situações. Dotado de tecnologias modernas (como duplo comando com variador de abertura na admissão, sistema de partida a frio sem tanquinho, duplo circuito de arrefecimento e coletor de escape integrado ao cabeçote), este motor é incomparavelmente mais elástico que o antigo 1.0 TEC, e sobe os giros com grande rapidez, produzindo acelerações mais pujantes — com um ronco grave e estridente.
Para amenizar a vibração maior em favor do conforto, a Volkswagen instalou um coxim hidráulico num dos pontos de fixação do motor. A solução funciona bem, uma vez que o nível de vibração é razoavelmente menor que no subcompacto Up. Mas a verdade é que basta girar a chave para notar a presença do pequeno 1.0 de três cilindros. O ronco é mais encorpado e a vibração, mais presente. Mesmo assim, compensa — e muito — pelo melhor desempenho e o consumo Nota A no Inmetro (veja a tabela).
Considerações finais
Diante das circunstâncias, a Volkswagen fez o melhor possível com este Gol "G5", lançado em 2008. Neste segundo facelift, o hatch mergulhou na conectividade e ganhou interior mais premium, para concorrer em melhores condições com os novos rivais, especialmente a dupla Chevrolet Onix e Hyundai HB20, atuais líder e vice nas vendas. Por dentro, entrega uma sofisticação que o hatch nunca teve, com linhas elegantes, vistas em modelos maiores. E as centrais multimídia chegam para mexer com o mercado.
Para quem dirige o carro no dia a dia, caso da maioria dos proprietários, o motor 1.0 de três cilindros transformou o Gol. Com ele, o compacto passa a oferecer desempenho consideravelmente melhor, e é mais econômico. Trata-se do melhor Gol "mil" aspirado já feito. Na versão Comfortline com o pacote Connect, tem-se ótima lista de equipamentos a um preço competitivo (R$ 45.190). Com essas mudanças, o Gol volta a ser referência na categoria e ganha fôlego até a chegada da nova geração, entre 2017 e 2018.