Nem todos são agressores, como saber?
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O espancamento da vítima não se restringiu às quatro horas em que ela ficou submetida às agressões. A empresária Elaine Caparróz, de 55 anos, covardemente desfigurada por Vinícius Batista Serra, de 27 anos, continuou sendo surrada na repercussão do caso.
Milhares de comentaristas de Internet apontando o dedo e julgando o comportamento dela. Fora isso, vozes se levantaram para dizer que "não é todo homem" que age desta forma.
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Pois muito bem... como pagar para ver? Não são todos os homens, mas não há como saber se naquele rapaz que parecia gentil ao longo de meses de conversa se escondia um assassino em potencial. Como deixar alguém entrar na sua vida sem ter certeza de que o cara não vai protagonizar um espancamento de 4 horas?
Mulher é espancada por quatro horas durante primeiro encontro
"Se as mulheres se fecham pra relacionamentos dizem que nós somos vitimistas, pessimistas, "mal comidas"? A gente tem medo de vocês. Essa é a real. Sabemos que "nem todo homem", mas como saber quem é quem? Como? Se os agressores sempre são lobos na pele de cordeiro? Aposto que o cara não chegou na casa dela espancando ela. Ele chegou como um querido. Ele parecia um querido por meses...", pondera a jornalista Giorgia Cavicchioli, em uma bela reflexão no Facebook (que reproduzo aqui, com o aval dela). É preciso falar para esses homens, os que esbravejam e dizem que não são todos iguais.
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O mais triste é que quando a mulher decide se abrir para os relacionamentos, e acontece um episódio como o que vitimou Elaine, a culpa cai em quem? Na vítima. Porque abriu a porta pra "qualquer um", não tomou cuidado, não consegue ficar sozinha, transou no primeiro encontro e por aí vai. É importante pontuar que a violência viria de qualquer maneira, pois se trata de um homem disposto a cometer um feminicídio, como tantos outros.
Aos homens, fica o recado muito bem dado por Giorgia em seu post. "Parem de nos estuprar, de nos assediar, de nos machucar. Cansa estar sempre alerta e isso não ser o suficiente para nos proteger de violências e de julgamentos. Sim, eu sei que "nem todo homem", mas eu não conheço uma mulher que nunca tenha passado por uma situação traumatizante causada por um de vocês. Eu sei que "nem todo homem" é assim. E se você é um daqueles que se importam conosco, nos ajude falando com seus amigos e pedindo para que eles parem de ser uma ameaça à nossa existência."
Elaine, como tantas de nós, jamais imaginou que abriria a vida, e a porta, para um monstro
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