O presidente francês, Emmanuel Macron, enfrenta nesta terça-feira (12) o primeiro grande teste popular de seu mandato, com um dia de greves e manifestações contra a proposta de reforma trabalhista. Macron, que ocupa o Palácio do Eliseu há quatro meses, traça a reforma trabalhista desde quando era ministro da Economia de François Hollande e Manuel Valls. Para os sindicatos CGT (o maior do país), FSU, Solidaires e UNEF, a reforma trabalhista é uma "regressão social"
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Mas outras siglas permanecem divididas quanto à eficácia da proposta de Macron, e a Force Ouvrière (FO), por exemplo, não aderiou ao movimento de greve. A maior manifestação está marcada para a capital, Paris. No entanto, desde as primeira horas do dia, trabalhadores se reuniam em Marselha para protestar contra a reforma
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O governo de Hollande aprovou a reforma em julho de 2016, mesmo sem um acordo com a maior parte dos sindicatos. Agora, Macron tenta rever e adaptar a reforma, com a promessa de que reduzirá o desemprego na França, que está acima de 9% desde 2009, além de modernizar as leis trabalhistas
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O texto apresentado por Macron prevê medidas que facilitam as demissões, estabelecem um teto para indenizações e dão maior flexibilidade às contratações. Também há a possibilidade de sobrepor as negociações individuais aos acordos coletivos para empresas com até 50 funcionários
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As mudanças geraram a fúria dos sindicatos, já que o Código de Trabalho francês data de 1910 e é considerado uma "bíblia" das relações trabalhistas. A greve de hoje durará 24 horas e afetará os serviços de transporte, energia e saúde
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De acordo com pesquisas de opinião divulgadas ontem (11), metade dos franceses considera a paralisação "justificável". Mesmo com a oposição, Macron anunciou que não desistirá do projeto
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"Estou determinado e não cederei. Nem aos preguiçosos, nem aos cínicos, nem aos extremistas", disse. O presidente, por sua vez, não estará no país hoje. Macron viajou para as Antilhas Francesas, no Caribe, para demonstrar solidariedade às vítimas do furacão "Irma". Outra greve geral já tem data marcada: 21 de setembro, um dia antes de Macron apresentar a reforma trabalhista, chamada de "Loi Travail" (Lei do Trabalho, em francês) ao Conselho de Ministros